Depois de uma ligeira paragem, o Fama Show, o maior reality show da música moçambicana, está de volta, e a multinacional Sasol é o parceiro oficial do evento, ao abrigo de um memorando de entendimento assinado nesta sexta-feira. As inscrições para o casting regional iniciaram-se esta sexta-feira e decorrem até 22 de Novembro.
Trata-se do renascimento do maior palco de descoberta de talentos musicais no país, responsável por impulsionar o surgimento de vários artistas nacionais. Iniciado em 2005, o Fama Show gaba-se de já ter lançado para Moçambique e para o mundo mais de 150 artistas actualmente com carreiras internacionais.
Vinte anos depois, iniciam-se os passos rumo a mais uma edição, que se prevê que venha a ser maior e mais especial.
“Dividido em inscrições, triagem, casting e galas. Temos muitas datas, mas o nosso plano é este: hoje, 7 de Novembro de 2025, começamos as inscrições, que decorrem até 22 de Novembro. Depois passamos à fase de triagem, que pretendemos realizar em simultâneo. Os locais de casting serão Nampula, Inhassoro, Sofala, Maputo e, posteriormente, a gala nacional. Segue-se o casting nacional e, por fim, as galas previstas para Janeiro, Fevereiro, Março e Abril”, explicou Valter Tembe, Director de Programas do Grupo Soico.
Os primeiros quatro meses de 2026 vão acolher as galas, e a Arena 3D será o principal palco da festa, viabilizada com apoio financeiro da multinacional Sasol, no âmbito do memorando assinado com o Grupo Soico.
Ao assumir o título de parceiro oficial, a Sasol diz que aposta na iniciativa com consciência do seu valor. Segundo Mateus Mosse, Director de Relações Corporativas da Sasol, “Toda a indústria gera valor económico. Ao patrocinarmos o Fama Show, apoiamos algo que realmente vai gerar valor económico para a sociedade. As indústrias criativas e culturais baseiam-se na criação, produção e distribuição de bens e serviços com origem na criatividade humana, através do conhecimento da arte e do talento”.
O memorando foi testemunhado ao mais alto nível, com a presença do Governo, representado pela Secretária de Estado da Cultura, Matilde Muocha, que reconheceu o investimento feito pelo Grupo Soico e destacou também o papel da Sasol no financiamento cultural.
“O Fama Show habituou-nos a contribuir para o desenvolvimento da criatividade moçambicana. Os moçambicanos são talentosos, mas sem investimento esse talento não é explorado e não colheremos os benefícios. O regresso do Fama Show, aliado aos resultados das edições anteriores, mostra que teremos uma nova dinamização do sector cultural e criativo nacional. Este programa vai entregar referências identitárias aos moçambicanos”, afirmou a Secretária de Estado da Cultura.
As galas serão 12 e a decisão final sobre os três grandes vencedores resultará da combinação de votos do júri e do público.
“COM A FAMA SHOW QUEREMOS CONSTRUIR UMA GERAÇÃO E DEIXAR LEGADO” — DANIEL DAVID
O Presidente do Conselho de Administração do Grupo Soico, Daniel David, afirma que o Fama Show faz parte da construção de uma geração e de um legado que a instituição pretende deixar para o país. Por sua vez, o Director-Geral da Sasol defende que a participação da multinacional no projecto tem como finalidade gerar rendimentos e oportunidades para jovens.
Há 20 anos, o Grupo Soico promove o Fama Show, considerado o maior reality musical de Moçambique, e prepara-se agora para avançar com a oitava gala. À margem da assinatura do memorando de entendimento com a Sasol, que passa a ser o parceiro oficial da iniciativa, Daniel David sublinhou que a aposta pretende marcar a história e reforçar a construção artística nacional.
“Essa é a missão do Grupo Soico: plantar uma árvore para que os seus frutos sejam colhidos por gerações vindouras. Talvez não na minha geração, mas na próxima, que irá colher os frutos daquilo que plantamos durante 20 anos. E vão lembrar-se não só dos músicos famosos que são muitos que nasceram do Fama Show e de outros programas que o nosso grupo lançou no país”, afirmou o PCA do Grupo Soico.
Com a parceria firmada com a Sasol, o Grupo Soico diz querer alcançar algo que ultrapasse a música e toque também os sentimentos.
“A Sasol traz um posicionamento estratégico importante, percebendo que não são apenas números ou questões materiais e tangíveis. É também uma questão de espírito. Uma música pode mudar o estado de alma num momento de tristeza pode trazer alegria, e num momento de alegria pode provocar emoção. Queremos tocar a alma dos moçambicanos, mostrar que estamos vivos, que somos um país de esperança e que os moçambicanos são um povo de cultura. A cultura é uma componente essencial na vida de uma nação”, acrescentou Daniel David.
A Sasol, que há anos apoia iniciativas culturais e desportivas, diz querer ser um interveniente visível no Fama Show e criar rendimento para jovens através da música. Segundo o Director-Geral da multinacional, Ovídio Rodolfo, a edição terá enfoque nacional, com atenção especial às zonas próximas das operações da empresa.
“Estas edições têm cobertura nacional, mas trazem uma componente especial do distrito de Inhassoro. A partir de Inhassoro queremos abranger regiões adjacentes — Vilanculos, Inhassoro e Govuro. Ao trazer talentos destas regiões, estamos a criar oportunidades para que talentos adormecidos venham à superfície e gerem rendimento para estes jovens”, explicou.
O dirigente acrescentou que o compromisso entre a Sasol e a indústria cultural e desportiva é duradouro, e pretende estender-se ao Fama Show.