Era um jogo crucial para o Farense, mas quem saiu a sorrir foi o Rio Ave – e os adversários mais diretos dos algarvios na luta pela manutenção.
A equipa de Tozé Marreco perdeu por 1-2, frente a um Rio Ave que, acima de tudo, foi uma equipa eficaz. Que soube marcar nas poucas chances de golo de que dispôs.
O futebol a que o São Luís assistiu na primeira parte não deixará, por certo, saudades a ninguém. Farense e Rio Ave protagonizaram um espetáculo pobre, longe das balizas, sem rasgo ou grandes motivos de interesse.
Algarvios a jogar em 3x4x3 e vilacondenses em 4x3x3 encaixaram ao longo dos primeiros 45 minutos, com raras exceções.
Para que tenha uma ideia, conta-se pelos dedos de uma mão os lances de golo de toda a primeira parte: dois para o Farense, um para o Rio Ave.
O primeiro sinal foi deixado por Marco Matias, ao minuto 16, num bom cabeceamento após trabalho de Elves Baldé. Já em cima da linha de golo, Miszta fez uma boa defesa, continuando o bom nível exibicional que já tinha mostrado na última jornada frente ao Sporting.
Já o Rio Ave, na única verdadeira oportunidade de golo de que dispôs, conseguiu chegar ao golo. Kiko Bondoso foi lançado por Vrousai, fugiu a Tomás Ribeiro, contornou Ricardo Velho e colocou os visitantes na frente (22m).
Esperava-se que o Farense reagisse – até pela importância da partida de hoje –, mas pouco se viu. Apenas um cabeceamento de Tomás Ribeiro, já nos descontos, levou algum perigo à baliza do Rio Ave.
Na segunda parte, os algarvios até apareceram melhor e tiveram duas boas oportunidades: a primeira por Marco Matias (num lance em que tentou marcar de calcanhar) e a segunda por Poloni que tinha entrado ao intervalo.
Só que, contra a corrente do jogo, foi o Rio Ave quem dilatou a vantagem, num lance que mostrou toda a qualidade de Clayton. O avançado vilacondense ganhou um ressalto na área, tirou dois adversários do caminho e rematou cruzado para o fundo das redes (59 m).
O jogo parecia decidido: o Farense não mostrava sinais de reações, até que… Raul Silva – um central – entrou em campo para ponta de lança.
Num lance que envolveu o brasileiro, o Farense ganhou um penálti, convertido por Tomané e ganhou novo alento (80m).
Nos últimos minutos, os algarvios tentaram o empate, mas sem sucesso. Quatro jornadas depois, o Farense voltou a perder. E o Rio Ave continua tranquilo no meio da tabela.
A FIGURA: Kiko Bondoso
Bom jogo do extremo do Rio Ave. Kiko Bondoso marcou o primeiro golo do Rio Ave, num lance em que foi mais rápido e mais inteligente do que Tomás Ribeiro, central do Farense. Além do tento apontado, esteve sempre muito em jogo, combinando bem com Clayton. A vitória do Rio Ave deve-se também à boa prestação de Kiko Bondoso na tarde de hoje, em Faro.
O MOMENTO: Clayton aumenta a vantagem, contra a corrente (59m)
O Farense estava a conseguir reagir à desvantagem e até tinha tido duas boas chances para marcar, por Marco Matias e Poloni. Cheirava a golo para o Farense… quando o Rio Ave aumentou a vantagem. Clayton mostrou as suas credenciais enquanto ponta de lança: recolheu uma bola confusa, fintou dois adversários e bateu Ricardo Velho. O Farense ainda reduziu, de penálti, sonhou com o empate, mas esse 0-2 de Clayton foi o momento crucial da partida.
NEGATIVO: Tomás Ribeiro
Mau jogo do central do Farense, contratado ao Vitória de Guimarães no mercado de Inverno. Depois de ter deixado boas indicações frente a Benfica e Moreirense, hoje Tomás Ribeiro não esteve ao seu nível. Foi culpado no primeiro golo – não conseguindo parar Kiko Bondoso – e, no segundo, também esteve envolvido na confusão que colocou a bola nos pés de Clayton.
Fonte: Mais Futebol