Um dado que salta à vista na equipa do FC Porto desde a chegada de Martín Anselmi ao Dragão é a falta de golos nas primeiras partes.
Até agora, nas cinco partidas no banco dos azuis e brancos, o técnico argentino ainda não viu um golo dos seus pupilos nos primeiros 45 minutos, apesar de, em contrapartida, ter presenciado uma reação positiva nas etapas complementares, onde os portistas marcaram sempre.
As entradas com menor fulgor ofensivo nos jogos preocupam o treinador, que tem plena consciência do tempo que ainda vai demorar a implantar com sucesso as suas ideias e o modelo de jogo que preconiza, com três defesas.
Apesar de esta estatística ser mais evidente com Martín Anselmi, que ainda está numa fase de instaurar processos e consolidar padrões na equipa, a verdade é que o FC Porto já não era uma equipa esmagadora nos primeiros tempos com Vítor Bruno, pelo contrário.
Ao analisar todos os encontros do conjunto portista desta temporada com o antigo técnico, verifica-se que mais de 60% dos golos (60,3%) vieram na etapa complementar, isto é, dos 63 tentos sob a orientação de Vítor Bruno, 37 foram nas segundas partes, mais um (na Supertaça frente ao Sporting) no prolongamento.
É um dado peculiar e que indicia um desempenho mais reativo do que ativo da formação azul e branca, até porque os dragões têm corrido atrás do prejuízo já em várias ocasiões na época em curso.
Com Anselmi ao leme, o FC Porto já esteve em situação de desvantagem contra Rio Ave, Sporting e Roma, e acabou por conseguir não perder nenhum desses jogos, conseguindo encontrar forma de faturar e empatando esses três jogos, com maior ou menor dificuldade.
Nos outros dois encontros de Anselmi, a estreia em Belgrado frente ao Maccabi Telavive (1-0) e o mais recente duelo no Algarve com o Farense (1-0), o golo da vitória pela margem mínima surgiu relativamente cedo: aos 58′ na Sérvia e aos 48′ em Faro.
Tem faltado acutilância na frente e objetividade no momento de aproximação à baliza, o que também acaba por explicar o número pobre de remates enquadrados nas últimas três partidas (apenas seis no total).
Amanhã, no Olímpico de Roma, a meio de uma eliminatória totalmente em aberto, depois do empate a uma bola no Dragão, Martín Anselmi pede uma entrada forte num estádio que o FC Porto já visitou esta época, mas contra a Lazio (1-2). O único golo azul e branco foi apontado por Stephen Eustáquio… na segunda parte, claro está.
A amostra ainda é (bastante) reduzida, é verdade, mas tem-se verificado um padrão curioso nos marcadores de golos do FC Porto desde que Martín Anselmi pegou no comando da equipa, no final de janeiro.
Nos cinco encontros realizados até agora sob a égide do argentino de 39 anos, os azuis e brancos marcaram seis golos, não tendo ficado em branco em nenhuma partida.
Dessa meia dúzia de tentos, 66,66%, ou seja, quatro, foram da autoria de defesas, um de um médio que já não está no plantel (Nico González), e apenas um de um avançado.
Francisco Moura, lateral-esquerdo que ainda nunca tinha marcado de dragão ao peito até há poucos dias, está de pé quente e leva dois jogos seguidos a faturar, e logo com golos importantes (frente a Roma e Farense).
Depois, quatro jogadores dividem o segundo lugar de maiores artilheiros da era Anselmi, cada um com um tento em seu nome.
Os centrais Nehuén Pérez e Otávio foram decisivos em Vila do Conde, curiosamente depois de terem cometido erros que originaram golos do Rio Ave, no empate a dois.
No meio-campo, apenas Nico fez o gosto ao pé, ele que saiu pouco depois para o Manchester City, em Belgrado, na vitória magra ante o Maccabi Telavive (1-0), e dos homens da linha da frente só Danny Namaso fez abanar as redes, e logo no clássico diante do Sporting (1-1), ao cair do pano.
Fonte: A Bola