O FC Porto teve uma perda total estimada de 5,1 milhões de euros ao longo de cinco épocas – de 2017/18 a 2023/24 – relacionadas com os processos de venda de bilhetes pela claque Super Dragões e pelas Casas do clube.
Este é o resultado divulgado pela auditoria levada a cabo pela gestão de André Villas-Boas, a que o Maisfutebol teve acesso.
O documento indica várias irregularidades relacionadas com o protocolo com a principal claque, salientando que neste momento há cerca de dois milhões de euros de dívidas relativas a bilhetes vendidos (e entregues) aos Super Dragões, que não foram pagos ao clube.
Além disso, há também uma perda estimada de 1,45 milhões de euros em despesas indevidas, faturas não elegíveis à luz dos protocolos com a claque, bem como provas do uso indevido de recursos do clube para pagar viagens pessoais a membros e familiares da Direção dos Super Dragões para destinos onde não existiam jogos do FC Porto. A saber: Cuba, Cancun, Maldivas, Brasil, Tanzânia, Ibiza, Sardenha, entre outros.
O clube revela ainda que foram pagos 800 mil euros adicionais relacionados com deslocações, enquadrados no protocolo. Por outro lado, a auditoria revela uma perda indevida de 850 mil euros com descontos não autorizados aplicados na venda de bilhetes junto ao Estádio do Dragão pela claque.
Verificam-se também dívidas relativas à venda de bilhetes às Casas FC Porto, com ausência de documentação para justificar as transações, registando-se perdas de 110 mil euros com excesso de bilhetes vendidos em relação à bolsa média permitida (limitada a 2.500 bilhetes).
Considerando todos os números, a auditoria estima uma perda de 5,1 milhões de euros nas cinco épocas desportivas analisadas – aproximadamente 1M€/época –, salientando a impossibilidade de estimar o volume de receitas gerado pela revenda ilegal de bilhetes aos utilizadores finais.
No sentido de mitigar esta situação, a nova direção portista definiu a revisão de protocolos com os Super Dragões, controlo da venda de bilhetes, com registo obrigatório e pagamento individualizado, alteração do regulamento das Casas do clube, com implementação de normas claras para venda e revenda de bilhetes, bem como a cooperação com os processos judiciais em curso, em concreto com a operação «Bilhete Dourado», para identificação de ilegalidades e recuperação de perdas identificadas.
Fonte: Mais Futebol