O FC Porto evitou o pior ciclo de derrotas de toda a sua história, mas está em estado de calamidade. São cinco jogos sem vencer, contudo, desta vez com um tónico diferente – nem sequer aproveitou da melhor forma o desaire do Benfica.
E se a semana foi marcada pela novela em torno do novo treinador, o jogo deste domingo também foi uma verdadeira novela mexicana. Houve de tudo. Muita tensão, desilusão, uma pitada de inspiração, nervos à flor da pele, expulsões, penáltis, golos e uma reviravolta que ficou bem perto.
No final deste episódio, o FC Porto empatou com o Santa Clara a um golo. Na bancada, esteve o escritor da próxima temporada. Martín Anselmi viu o FC Porto ao vivo pela primeira vez e tirou muitas notas: há vários erros de casting e cenas a gritar por melhorias.
Com os castigos de Nico González, Stephen Eustáquio e Samu, José Tavares teve de mexer, mas foi mais além e também retirou João Mário, Nehuén Pérez, Pepê e Rodrigo Mora. Martim Fernandes, Otávio, Vasco Sousa, Fábio Vieira, Gonçalo Borges e Deniz Gül foram chamados ao onze.
O FC Porto até entrou com uma postura autoritária, mas rapidamente se voltou a ver uma equipa com muitas dificuldades para criar ocasiões de golo e problemas na primeira fase de construção.
Os açorianos, num plano que tem dado resultado e bem à sua imagem, começaram com um bloco médio/baixo. Tentaram sair rápido para o ataque diversas vezes com bolas longas direcionadas para Gabriel Silva, embora sem sucesso, já que o avançado brasileiro esbarrava na estampa física dos centrais portistas.
Contudo, a forte aposta nos lances de bola parada deu frutos. Na sequência de um canto, uma desatenção da defesa portista permitiu que Gabriel Silva aparecesse solto na zona de penálti e finalizasse com um remate colocado, de primeira.
Verdade seja dita. O FC Porto reagiu e, ainda antes do intervalo, somou um par de ocasiões para empatar, mas sem acerto.
Na segunda parte, uma mistura de medo, pressa e nervosismo tomou conta dos dragões. Cada passe para trás valia uma assobiadela na bancada e os próprios jogadores começaram a ficar impacientes e a tomar decisões precipitadas. Foram vários os passes e ações simples falhados.
E aconteceu mesmo de tudo aos portistas. Prova disso é o que se passou aos 70 minutos, quando Galeno teve a oportunidade de marcar um penálti após uma falta que o mesmo tinha conquistado, num choque com Gabriel Batista. O brasileiro assumiu a responsabilidade e atirou… ao poste.
Se a pressa era inimiga da perfeição para os portistas, os açorianos também se acomodaram com as linhas recuadas e pagaram caro por isso.
Tal como o Santa Clara fez na primeira parte, foi também de bola parada que o FC Porto chegou ao golo. À entrada para o último quarto de hora, na sequência de um livre, um cabeceamento de Otávio fez a bola sobrevoar Gabriel Batista antes de bater na rede.
E como o Dragão mudou depois disso. A postura impaciente deu lugar a um incentivo extra, contagiado pela crença na reviravolta. O apoio foi ainda mais notório após a expulsão de Matheus Pereira, a dez minutos dos 90.
Achava que isto ainda não tinha acabado? O FC Porto teve outro penálti nos descontos, conquistado por Pepê, e o público bem puxou por Galeno. Mas o brasileiro desperdiçou novamente e até a recarga falhou (!).
Depois de um episódio emocionante, o que reserva o próximo? Esta segunda-feira já poderemos tirar algumas dúvidas com o provável «trailer» da apresentação de Anselmi.
Fonte: Mais Futebol