Resumo
A FIBA-África está a considerar suspender Moçambique devido a dívidas de 15 mil dólares após o AfroBasket 2025. O Presidente da FIBA-África, Aníbal Manave, confirmou a situação, que pode impedir a participação dos clubes moçambicanos nas provas BAL e WBAL. Há relatos de dívidas com o organizador do estágio em Portugal e com jogadoras e equipa técnica do AfroBasket Abidjan 2025. Se a dívida não for paga em outubro, a suspensão será discutida na reunião de novembro. Esta medida afetaria clubes como Ferroviária da Beira, Ferroviário de Maputo e Costa do Sol em competições interclubes. Aníbal Manave considera o comportamento de Moçambique abusivo e destaca a necessidade de cumprir obrigações financeiras com países organizadores.
Por Alfredo Júnior
A Federação Internacional de Basquetebol ao nível do continente africano (FIBA-África) poderá suspender Moçambique devido a dívidas contraídas pela Federação Moçambicana da Basquetebol (FMB) no âmbito da sua participação no AfroBasket 2025 que decorreu em Abidjan, na Costa do Marfim. A possibilidade que vai ser analisada na reunião do Board de Direcção da FIBA-África a realizar em Novembro foi confirmada pelo Presidente deste organismo continental, Aníbal Manave.
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Segundo apurou o LanceMZ, Moçambique deixou uma dívida de 15 mil dólares americanos (cerca de um milhão de Meticais) que foi denunciada pela Federação de Basquetebol da Costa do Marfim que informou a FIBA-África do facto de a Delegação moçambicana ter pago apenas 12 mil dólares (cerca de 800 mil Meticais) de um total de 27 mil dólares (perto de 1 milhão e 800 mil Meticais) referentes ao pagamento das despesas de alimentação e acomodação em Abidjan.
Caso esta dívida não seja paga neste mês de Outubro, Aníbal Manave diz que a FIBA-África vai suspender Moçambique devido a comportamento que considerou ser abusivo.
“Bom, o que está a acontecer é que Moçambique está abusar da confiança, percebeste. E isso já chega. Tu não podes ir para uma competição e não pagares o que tens que pagar. Sobretudo, não pagares as custas a um outro país, a uma outra Federação Nacional. Uma coisa é que tu não cumprires com as tuas obrigações com a FIBA. Nós isso podemos gerir. Mas, nós irmos a uma competição e não pagarmos o que temos que pagar ao país organizador, já chega, já é um abuso. E quando eu digo isto é o seguinte: não é a primeira vez que acontece, mas esta é provavelmente a pior de todas, em que Moçambique que foi ao AfroBasket em Abidjan, na Costa do Marfim, saiu de lá, não pagou a dívida. Portanto, nós para ajudarmos Moçambique a resolver esse problema, vamos na próxima reunião de bordo que nós tivermos em novembro, vamos suspender”, disse Aníbal Manave.
A decisão de suspender Moçambique vai afectar a participação dos clubes moçambicanos nas provas inter clubes, nomeadamente Ferroviária da Beira (que deve ir a qualificação a Basketball África League), Ferroviário de Maputo, que deve defender o título africano em seniores femininos, e Costa do Sol que deverá participar na fase de apuramento a Liga Africana de Basquetebol Feminino.
“E vamos suspender de todas as competições, de clubes inclusivamente, porque isto nós temos que dar um basta. Falo isto com muita tristeza e digo que é um abuso, porque eu tenho estado, talvez seja o culpado, a protelar a sanção, a dizer para não suspender, vai-se pagar e afinal de contas não pagam nada. Outra vez também foi em Angola, estivemos há dois anos no AfroCan, participamos, voltamos e não pagamos. Então, nós não podemos ser um país que não cumpre com as obrigações. Então, vamos mesmo suspender, e isso pode afectar o Ferroviário, que até é campeão de África de clubes, tem que se calhar ajudar a pagar essa dívida, porque senão não vai competir. Isso aí vai se resolver aqui o assunto internamente. A nível da FIBA é a suspensão de todas as competições”, referiu o Presidente da FIBA-África.
A participação de Moçambique no AfroBasket 2025 contou com o financiamento da Primeira-Dama da República, Gueta Chapo, que anunciou o apoio em 14 milhões de Meticais para o pagamento das despesas das Guerreiras do Índico nesta empreitada.
“Já houve promessas de que vamos pagar, ou era é problema com o SISTAF, agora estão à espera de um outro patrocinador que não chega, quando pagarem vão regressar. Enquanto não pagarem, a partir de Novembro, quando nós tomarmos essa decisão, porque há um outro país, nós temos que proteger os países que organizam, se não amanhã vão dizer, pá, eu não organizo, se vem um país, não paguem, não é sancionado. Portanto, nós temos que proteger o basquete, e protegendo o basquete é dizer que Moçambique vai ser suspenso a novembro, se até lá não pagar a dívida. Eu, infelizmente, não posso fazer nada, mas quando nós decidimos participar neste evento, não é, se não temos condições, não vamos”, disse a nossa fonte.
Porém o LanceMZ, apurou que a Federação Moçambicana de Basquetebol está também em posição de devedora para com o Sunlive Group que organizou o estágio da selecção em Sangalhos, em Portugal, num valor de cerca de 18 mil Euros (perto de 1 milhão e 350 mil Meticais).
Por outro lado, logo após regressar de Abidjan elementos da delegação moçambicana queixaram-se de não terem recebido os devidos subsídios prometidos pela direcção da FMB e que deveriam ser pagos durante o estágio em Portugal e aquando da participação no AfroBasket em Abidjan.
Contactada a Federação Moçambicana de Basquetebol para reagir a estas informações esta remeteu-nos a uma conferência de imprensa aprazada para segunda-feira, 6 de Outubro, em local e hora a indicar. (LANCEMZ)
Fonte: Lance
