De lá para cá, o órgão espera taxas de crescimento de 3% para este ano e de 3,1% para 2026. O aumento representa 0.2 ponto percentual se comparado aos patamares de abril.
Dólar mais fraco
O economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, afirmou que o desempenho global está mais forte que o esperado, com tarifas mais baixas se comparadas ao quadro registrado no primeiro trimestre. Um outro fator para o resultado é um dólar mais fraco, condições financeiras mais favoráveis e a expansão fiscal em algumas jurisdições.

Gourinchas lembra que as tensões comerciais estão prejudicando a economia global. A inflação global segue caindo com 4,2% este ano e uma previsão de 3,6% para 2026.
O economista-chefe do FMI acredita que os riscos para as perspectivas permanecem inclinados para o lado negativo, como indicado no relatório anual de abril. “Um colapso nas negociações comerciais ou um protecionismo renovado podem prejudicar o crescimento global e alimentar a inflação em alguns países. A incerteza persistente pode pesar sobre os investimentos, enquanto as tensões geopolíticas e as vulnerabilidades fiscais representam ameaças adicionais”, diz ele.
Previsão e confiança
Gourinchas afirma que as condições financeiras melhoraram, mas podem sofrer um aperto abrupto, especialmente em caso de ameaças à independência do banco central.
No lado positivo, avanços nas negociações comerciais podem aumentar a confiança e reformas estruturais podem elevar a produtividade a longo prazo.
Em termos de recomendações aos formuladores de políticas, as políticas econômicas precisam trazer confiança, previsibilidade e sustentabilidade, acalmando as tensões, preservando a estabilidade financeira e de preços, restaurando as reservas fiscais e implementando as tão necessárias reformas estruturais.
Brasil, França e EUA
Ele aconselha a uma redução da incerteza de políticas com regras claras e transparência. E diz que os Bancos Centrais têm que manter o preço e a estabilidade financeira à medida que preservam sua independência.

O FMI acredita que as vulnerabilidades fiscais poderiam se tornar mais salientes com implicações para mercados financeiros e respingos na economia real.
O relatório projeta que diversas economias, incluindo Brasil, França e Estados Unidos, apresentarão grandes déficits fiscais em um cenário de níveis historicamente altos de dívida pública.
Fonte: ONU