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Banco reporta perdas operacionais e imparidades ligadas a perturbações sociais e tecnológicas em 2024, mas aposta na transformação digital e foco no cliente para relançar o crescimento.
O FNB Moçambique registou um prejuízo líquido de 801,1 milhões de meticais no exercício de 2024, revertendo lucros obtidos no ano anterior. O resultado reflecte o impacto de perdas operacionais significativas, imparidades de crédito associadas às manifestações pós-eleitorais e um esforço contínuo de investimento em infraestruturas críticas e transformação digital.
Ano de perdas operacionais e reestruturação estratégica
Segundo o comunicado emitido em 12 de Maio de 2025, o FNB Moçambique enfrentou um ano de enormes desafios operacionais e financeiros. As perdas antes de impostos totalizaram 516,6 milhões de meticais, contrastando com lucros de 361,7 milhões registados em 2023. O prejuízo líquido fixou-se em 801,1 milhões de meticais.
As causas identificadas foram múltiplas: perdas operacionais pontuais no último trimestre, no valor de 382,8 milhões MZN, relacionadas com um incidente num produto transaccional, imparidades adicionais de crédito na ordem dos 104 milhões MZN devido aos impactos das manifestações pós-eleitorais, e custos de investimento em infraestruturas críticas e na transformação digital.
O recém-nomeado Administrador-Delegado, Dennis Mbingo, reconheceu as dificuldades mas destacou que “o ano que passou foi de transição e investimento”, sendo agora o foco “a construção de um banco digitalmente capacitado, centrado no cliente e preparado para crescer”.
Transformação digital e foco no futuro
Apesar do cenário adverso, o FNB Moçambique sublinha ter acelerado uma reestruturação ampla do seu modelo operacional. Após o lançamento da App FNB ON em finais de 2023, a instituição intensificou os investimentos na presença digital e pretende consolidar a app como principal plataforma de transacções para particulares e empresas.
“A nossa intenção estratégica é alinhar o FNB Moçambique com os modelos de sucesso de outros mercados africanos onde o grupo opera”, afirmou Mbingo. O objectivo é alcançar eficiência interna e retorno sustentável a médio prazo.
Governança sólida e sustentabilidade prudencial
De acordo com as demonstrações financeiras auditadas, o banco encerrou o exercício com um activo total de 24,5 mil milhões MZN e manteve os seus rácios prudenciais e de capital dentro dos limites regulamentares definidos pelo Banco de Moçambique. O capital próprio situou-se em 2,79 mil milhões MZN, ainda que inferior aos 3,58 mil milhões registados em 2023.
O banco confirma que está a executar medidas correctivas relacionadas com o incidente operacional, algumas das quais já resultaram em recuperação de valores. O Conselho de Administração reitera a confiança na gestão e afirma que as projecções de continuidade da actividade se mantêm firmes.
Fonte: O Económico