Football Leaks: ex-diretor de comunicação do FC Porto alega interesse público

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Francisco J. Marques, antigo diretor de comunicação do FC Porto, reforçou o «interesse público» relativo às informações que divulgou no Porto Canal, recolhidas a Rui Pinto, criador do Football Leaks.

«Eu procurava elementos que alteravam a verdade desportiva. Eram de interesse público, isso nem se questiona», disse o antigo diretor de comunicação dos azuis e brancos, entre 2016 e 2024, na sessão do julgamento do caso «Football Leaks», que decorre no Tribunal Central Criminal de Lisboa. 

«É humanamente impossível analisar 20GB de informação. A mim, interessava-me a informação e não quem a enviava. A pessoa preferia permanecer em anonimato e eu, como jornalista, aceitei. Foi muito fácil confirmar a fidedignidade», afirmou, quando questionado pela juíza sobre a origem da informação.

Recorde-se, J. Marques fazia parte do painel do programa «Universo Porto da Bancada», do Porto Canal, onde revelou informações confidenciais ligadas ao Benfica, através de e-mails. «Comprometi-me a entregar tudo o que tinha à Polícia Judiciária [PJ]. Eu avisava a polícia quando recebia mais coisas», argumentou, acrescentando: «Não recebi caixas de correio de Luís Filipe Vieira e Domingos Soares de Oliveira, emails isolados, sim.»

Rui Pinto responde em julgamento por um total de 241 crimes: 201 de acesso ilegítimo qualificado, 22 de violação de correspondência agravados e 18 de dano informático.

Além do Benfica, entre as figuras e instituições visadas encontram-se também outros clubes, Liga Portuguesa de Futebol Profissional, empresas, sociedades de advogados, juízes, procuradores, Autoridade Tributária e Rede Nacional de Segurança Interna.

O criador do Football Leaks foi pronunciado para julgamento em março passado, com o Tribunal Central de Instrução Criminal a amnistiá-lo de 134 crimes de violação de correspondência, com base na aplicação da lei da amnistia aprovada em 2023, durante a Jornada Mundial da Juventude, uma vez que os crimes que são imputados foram alegadamente praticados antes de ter completado 30 anos.

Rui Pinto foi condenado no caso ‘Football Leaks’, em setembro de 2023, pelo Juízo Central Criminal de Lisboa, a quatro anos de prisão com pena suspensa, por crimes de extorsão na forma tentada, violação de correspondência agravada e acesso ilegítimo.

Em novembro de 2023, foi também condenado a seis meses de prisão em França, igualmente com pena suspensa, por aceder ilegalmente a emails do Paris Saint-Germain.

Fonte: CNN Portugal

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