27.1 C
New York
Thursday, November 6, 2025
InícioNacionalSociedadeFórum de paz e reconciliação destaca justiça e bem comum como prioridades

Fórum de paz e reconciliação destaca justiça e bem comum como prioridades

Resumo

O Fórum Nacional sobre Paz e Reconciliação, em Maputo, enfatizou que a paz em Moçambique requer justiça, inclusão social e respeito pelos direitos humanos, não se limitando ao fim do conflito. O encontro, promovido pelo Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD) com apoio da União Europeia, reuniu representantes de diversas entidades para construir caminhos para a reconciliação nacional. Destacou-se a necessidade de justiça e dignidade para todos, com a ONU a salientar os desafios na consolidação da unidade nacional. O Governo defendeu o abandono de julgamentos baseados no passado, priorizando o bem comum e a unidade nacional. A União Europeia reconheceu os progressos, mas sublinhou que há ainda muito trabalho pela frente, com planos de replicar o Fórum noutras províncias para garantir um diálogo inclusivo.

O Fórum Nacional sobre Paz e Reconciliação, realizado esta quarta-feira, em Maputo, destacou que a verdadeira paz em Moçambique não se conquista apenas com o fim do conflito, mas com justiça, inclusão social e respeito pelos direitos humanos.

Promovido pelo Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD) e parceiros, com o apoio da União Europeia (UE), o encontro reuniu representantes de instituições nacionais, organismos internacionais e membros da sociedade civil, com o objectivo de construir caminhos concretos para a reconciliação nacional.

“Haverá paz quando houver justiça e dignidade para todos. A paz não é apenas a ausência de conflito, mas a presença de equidade e respeito pelos direitos humanos”, afirmou Séverine Landeny, representante da ONU em Moçambique, sublinhando que o país ainda enfrenta desafios significativos na consolidação da unidade nacional.

O director do IMD, Hermenegildo Mulhovo, reforçou que o Fórum é apenas uma etapa de um processo contínuo: “Este é um espaço para recolher contributos para um diálogo nacional inclusivo. A reconciliação não é mágica, exige tempo, coragem e compromisso de todos os sectores da sociedade.”

O reitor da Universidade Pedagógica de Maputo, Jorge Ferrão, lembrou que Moçambique continua distante de alcançar uma paz plena. “Não podemos falar de paz verdadeira se não colocarmos a justiça e a dignidade no centro do nosso trabalho. O país ainda carrega feridas antigas que precisam ser tratadas com atenção e responsabilidade”, disse Ferrão.

Por seu turno, o Governo defendeu o abandono de julgamentos com base nas memórias do passado, apelando ao reforço do bem-estar comum como pilares da reconciliação. 

“A paz exige que olhemos para o futuro, priorizando o bem colectivo e a unidade nacional em detrimento de interesses individuais ou partidaristas”, afirmou o representante do Ministério da Justiça.

Já o Conselho Cristão de Moçambique (CCM) também se manifestou, apelando à superação de interesses particulares. “O momento exige que cada um de nós coloque o bem do país acima de objectivos pessoais e com sinceridade. Só assim poderemos consolidar a unidade nacional”, frisou Rodrigues Dambo, presidente do CCM.

Além disso, o político Óscar Monteiro alertou que muitas das tensões actuais têm origem em assuntos do passado ainda não resolvidos com bases étnicas. 

“Não podemos ignorar que problemas antigos continuam a gerar conflitos e desconfiança. Precisamos de coragem para enfrentar essas questões e construir um futuro melhor”, disse Monteiro.

Por seu turno, a União Europeia reconheceu os avanços de Moçambique no caminho da reconciliação, mas destacou que ainda há muito trabalho a ser feito. A ocasião serviu para o IMD anunciar planos de replicar o Fórum nas demais províncias, garantindo que o diálogo nacional seja verdadeiramente inclusivo e que a participação da sociedade civil seja ampliada.

Fonte: O País

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu nome aqui
Por favor digite seu comentário!

- Advertisment -spot_img

Últimas Postagens

OMS revela disparidades alarmantes na alimentação, exercícios físicos e peso entre adolescentes de diferentes origens socioeconômicas na Europa

Relatório da OMS alerta para a persistência da obesidade infantil na...

0
O novo relatório da OMS revela que a obesidade infantil na Europa permanece alta, afetando milhões de crianças e aumentando o risco de doenças crónicas. Embora...
- Advertisment -spot_img