Resumo
Na COP30 em Belém, a Fundação Bill & Melinda Gates comprometeu-se com um investimento de US$ 1,4 mil milhões para impulsionar a inovação agrícola e fortalecer a resiliência de pequenos agricultores em África e na Ásia face às alterações climáticas. O objetivo é fornecer tecnologias e práticas agrícolas inovadoras para ajudar os agricultores a resistir a condições climáticas extremas e proteger os seus meios de subsistência. Menos de 1% do financiamento climático global é direcionado para mitigar estes riscos, apesar de investimentos na adaptação climática poderem aumentar o PIB em até 15% em alguns países até 2050. A Fundação apoiará projetos como o AIM for Scale na Índia e o TomorrowNow no Quénia, visando levar inovações agrícolas às comunidades mais necessitadas. Este compromisso reflete uma mudança global para priorizar a adaptação climática como um imperativo económico e moral.
Compromisso anunciado em Belém, no âmbito da COP30, visa impulsionar a inovação agrícola e fortalecer a resiliência de pequenos agricultores em África e na Ásia, as regiões mais expostas aos impactos climáticos.
Durante a COP30, em Belém do Pará, a Fundação Bill & Melinda Gates anunciou um investimento de US$ 1,4 mil milhões para ajudar pequenos agricultores da África Subsaariana e do Sul da Ásia a adaptarem-se aos impactos crescentes das alterações climáticas, através de tecnologias agrícolas inovadoras e soluções de resiliência climática.
O novo compromisso, com duração de quatro anos, visa expandir o acesso a tecnologias e práticas agrícolas que permitam aos agricultores resistir a fenómenos meteorológicos extremos e proteger ganhos socioeconómicos alcançados nas últimas décadas.
“Os pequenos agricultores estão a alimentar as suas comunidades nas condições mais difíceis imagináveis”, afirmou Bill Gates, presidente da Fundação. “Estamos a apoiar a sua engenhosidade com ferramentas e recursos para prosperarem — porque investir na sua resiliência é uma das formas mais inteligentes e impactantes de melhorar a vida das pessoas e proteger o planeta.”
Segundo a organização, os agricultores dos países de baixo rendimento produzem um terço dos alimentos do mundo, mas enfrentam ameaças crescentes devido à seca, às cheias e ao aumento das temperaturas. Menos de 1% do financiamento climático global destina-se a mitigar esses riscos.
O Banco Mundial estima que investimentos direccionados na adaptação climática poderiam aumentar o PIB em até 15% em alguns países até 2050. Já o World Resources Institute calcula que cada dólar investido na adaptação pode gerar mais de US$ 10 em benefícios sociais e económicos.
Inovações e Tecnologias Prioritárias
O financiamento da Fundação Gates apoiará projectos e soluções baseadas em evidência científica e conduzidas por agricultores locais, incluindo:
A iniciativa apoiará programas como o AIM for Scale, que já entregou previsões meteorológicas via SMS a 40 milhões de agricultores na Índia, e o projecto TomorrowNow, que fornece alertas climáticos locais a cinco milhões de agricultores no Quénia, com expansão prevista para o Malawi, Tanzânia e Zâmbia.
Contexto e Impacto Global
O anúncio reflecte uma mudança de ênfase estratégica na política climática global, em que a adaptação — e não apenas a mitigação — passa a ocupar lugar central.
“A adaptação climática não é apenas uma questão de desenvolvimento — é um imperativo económico e moral”, declarou Mark Suzman, CEO da Fundação Gates.
Suzman sublinhou que o objectivo é colocar soluções agrícolas eficazes nas mãos dos agricultores mais pobres, assegurando que a inovação chega às comunidades onde é mais necessária.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Durante a COP30, a Fundação co-organiza o Agricultural Innovation Showcase, em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, a Embrapa, a AGRA, a CGIAR, o FARA, a Academia Chinesa de Ciências Agrícolas e os Emirados Árabes Unidos. O evento destaca soluções agrícolas inclusivas e de baixo custo, muitas das quais concebidas pelos próprios agricultores.
Fonte: O Económico






