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O Governo projecta que, em 2025, a produção nacional de rubis ultrapasse os 4,1 milhões de quilates, o que representa um aumento de 5% em relação a 2024. A previsão, citada pela Agência Lusa, reforça a posição dos rubis como o principal recurso entre as pedras preciosas exploradas no país, mas levanta preocupações sobre a sustentabilidade do modelo extractivo.
Segundo as previsões económicas oficiais para 2025, divulgadas recentemente e citadas pela Lusa, Moçambique poderá registar uma produção de rubis acima dos 4,1 milhões de quilates, uma subida de 5% em relação aos 3,9 milhões registados em 2024. Esta tendência ascendente é fortemente impulsionada pela expansão da SLR Mining, actualmente o maior operador no país neste segmento.
Em 2024, a produção de rubis já havia ultrapassado significativamente as metas, com um aumento de 46% face a 2023, atingindo 128% da meta anual. Estes números confirmam o dinamismo do sector, mas também expõem as fragilidades estruturais da estratégia extractiva nacional. A quase totalidade da produção destina-se ao mercado externo, o que reforça a lógica de um sector voltado para exportações com baixo impacto na criação de valor local.
O documento governamental reconhece que, embora o sector contribua de forma expressiva para o equilíbrio da balança comercial e para a atracção de divisas, a concentração das receitas num único segmento acarreta riscos elevados de vulnerabilidade a choques externos, como oscilações nos preços internacionais.
Mais do que um alerta, o relatório propõe uma reorientação estratégica que permita a conjugação entre a exploração de recursos minerais e políticas de industrialização, desenvolvimento de cadeias de valor internas e inclusão económica e social. Sem esta abordagem, Moçambique poderá repetir os ciclos históricos de crescimento económico não inclusivo, com enclaves produtivos e limitada resiliência a choques globais.
O caso dos rubis ilustra, assim, um dilema clássico das economias baseadas em recursos: como transformar riqueza mineral em desenvolvimento sustentável? O desafio reside em criar mecanismos que transcendam a extracção e promovam investimentos estruturantes para o País
Fonte: O Económico
