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Friday, October 3, 2025
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Gustavo Dgedge alerta para aceleração do desmatamento e degradação de solos

O secretário de Estado da Terra e Ambiente de Moçambique, Gustavo Dgedge, alertou, esta segunda-feira, para o “risco alarmante” do desmatamento e degradação acelerada dos solos na África Austral. Dgedge falava em Maputo durante a abertura do workshop regional do Programa de Impacto em Paisagens Sustentáveis de Terras Áridas.

O desmatamento e degradação acelerada dos solos na África Austral provocou, pelo menos, 800 mil quilómetros quadrados de Miombo perdidos desde 2000, o que leva as autoridades a pedirem esforços colectivos para travar o desflorestamento.

“O desmatamento e a degradação dos solos estão a acelerar a um ritmo alarmante. Desde o ano 2000, o ecossistema de Miombo perdeu cerca de 800 mil quilómetros quadrados, uma área superior à superfície total de Moçambique. Esta não é apenas uma estatística ambiental, é sim uma ameaça direta à prosperidade, à saúde e futuras gerações da região”, disse o secretário de Estado da Terra e Ambiente de Moçambique, Gustavo Dgedge, citado pelo Noticias ao Minuto.

O governante, que falava esta segunda-feira, em Maputo, durante a abertura do workshop regional do Programa de Impacto em Paisagens Sustentáveis de Terras Áridas, um mecanismo de intercâmbio regional da África Austral sobre esta matéria, admitiu existirem muitos desafios na preservação dos ecossistemas na região austral de África.

“Os ecossistemas de Miombo e Mopane representam uma força vital para a África Austral. São uma herança comum que alberga biodiversidade extraordinária, regula o clima e os recursos hídricos, e sustenta a subsistência de mais de 300 milhões de cidadãos. No entanto, esta base vital está sob grande pressão”, disse Gustavo Dgedge.

O secretário de Estado da Terra e Ambiente de Moçambique acrescentou que a região enfrenta uma crescente desertificação e degradação da terra, enquanto crescem as zonas áridas, com consequências “gravíssimas” que incluem a perda de solos produtivos, com salinização e desestruturação física que os tornam impróprios para agricultura, impactos ambientais severos, incluindo desequilíbrio ecológico e perda de biodiversidade.

Segundo o dirigente, estes desafios surgem numa altura em que 75% das terras africanas já são classificadas como áridas ou semiáridas, com previsões de expansão entre 5% a 8% até 2080.

Para o caso específico de Moçambique, Gustavo Dgedge admitiu existirem desafios urgentes na gestão sustentável de terras áridas perante uma realidade que “assume contornos dramáticos”.

“As províncias do sul, como Gaza e Inhambane, registaram reduções de 20% a 30% na precipitação anual nas últimas décadas, acompanhadas pelo aumento de temperaturas e prolongados períodos de seca que afectam cerca de 2,3 milhões de pessoas apenas nesta região”, alertou o dirigente citado pela mesma fonte.

Moçambique pediu ainda uma aposta na conservação e uso racional dos recursos florestais para manter os benefícios económicos, sociais e ambientais, adaptando técnicas de maneio a ambientes secos que possuem ecossistemas frágeis, incluindo plantio de espécies resistentes à seca, a conservação da água, combate à erosão e envolvimento das comunidades locais.

“Esta crença na acção integrada e transfronteiriça é a razão pela qual defendemos a Declaração de Maputo sobre a Gestão Sustentável das Florestas de Miombo”, disse, acrescentando ainda que a visão é que o futuro destas paisagens não pode ser assegurado por nenhuma nação isoladamente, por isso a pedir acções conjuntas para proteger as florestas.

A Floresta de Miombo cobre dois milhões de quilómetros quadrados e garante a subsistência de mais de 300 milhões de habitantes de 11 países da África Austral, incluindo pastagens tropicais e subtropicais, moitas e savanas. Constitui o maior ecossistema de florestas tropicais secas do mundo e enfrenta actualmente, entre outros, problemas de desflorestação, sendo o processo de recuperação liderado por Moçambique.

O Governo moçambicano esperava mobilizar investimentos para proteger a Floresta do Miombo, que cobre ainda parte do território de Angola, estimados no plano de acção em 550 milhões de dólares (pouco mais de 35.1 mil milhões de meticais), dos quais 153 milhões de dólares (acima de 9 mil milhões de meticais) foram garantidos desde 2022.

Fonte: O País

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