27.1 C
New York
Tuesday, October 7, 2025
InícioInternacionalGuterres pede mais ações sobre proteção e participação de mulheres em processo...

Guterres pede mais ações sobre proteção e participação de mulheres em processo de paz e segurança

Resumo

Na comemoração dos 25 anos da resolução 1325 da ONU sobre Mulheres, Paz e Segurança, o secretário-geral António Guterres alertou que 676 milhões de mulheres vivem perto de conflitos fatais, o maior número em décadas, destacando falhas na proteção e participação das mulheres em negociações de paz. Houve um aumento de 35% no número de meninas vítimas de agressões sexuais em zonas de conflito no último ano. Guterres sublinhou que as mulheres dedicadas à paz são subfinanciadas, ameaçadas e pouco reconhecidas, salientando que todos perdem com isso. A ONU lançou um compromisso para aumentar a participação feminina em processos de paz, visando a paridade de género. A diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, alertou para a ascensão da misoginia e criticou cortes de financiamento que prejudicam a paz e o acesso a serviços essenciais em várias regiões.

Em reunião no Conselho de Segurança para celebrar 25 anos da histórica resolução 1325, sobre Mulheres, Paz e Segurança, o secretário-geral da ONU ressaltou que 676 milhões de mulheres vivem a menos de 50 km de conflitos fatais, o maior número em décadas.

António Guterres pediu franqueza para reconhecer que muitos compromissos adotados internacionalmente falham em garantir proteção para mulheres e meninas, a participação delas em negociações de paz e a punição para atos de violência sexual.

“Subfinanciadas, ameaçadas e pouco reconhecidas”

No ano passado, houve um aumento de 35% no número de meninas que sofreram agressões sexuais em zonas de conflito.

Guterres afirmou que mulheres que se dedicam à paz “são subfinanciadas, ameaçadas e pouco reconhecidas e todos perdem com isso, inclusive homens e meninos”.

Uma pesquisa realizada pela ONU Mulheres este ano revelou que 90% dos grupos locais liderados por mulheres em áreas de conflito relataram dificuldades financeiras. Quase metade declarou que poderia fechar as portas em seis meses.

O líder da ONU também destacou que, cada vez mais, aquelas que atuam como políticas, jornalistas ou defensoras dos direitos humanos “são alvo de violência e assédio”.

Compromisso lançado pela ONU

Guterres lembrou que a ONU lançou no ano passado um compromisso comum para a participação plena, igualitária e significativa das mulheres nos processos de paz. A meta inicial é de que pelo menos um terço dos participantes de negociações lideradas pela ONU sejam mulheres.

O objetivo final é alcançar a paridade de gênero em todos os processos de paz e segurança.

Ele revelou que 39 entidades, incluindo Estados-membros, organizações internacionais e regionais, entre outras, adotaram a proposta. O chefe da ONU pediu que os compromissos se traduzam em ações concretas.

A subsecretária-geral e diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous
ONU/Manuel Elias

A subsecretária-geral e diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous

Ascensão e a normalização da misoginia

A diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, disse que a Resolução 1325 é “um marco nascido da convicção do sistema multilateral de que a paz é mais sólida e a segurança mais duradoura quando as mulheres estão envolvidas”.

Ela declarou que esse aniversário deve ser usado para “garantir que os próximos 25 anos proporcionem muito mais avanços do que os últimos 25”.

Sima Bahous destaca ainda que “o crescimento e a normalização da misoginia, que atualmente envenena a política e alimenta conflitos”, não devem ser encarados como  “inevitáveis”.

A chefe da ONU Mulheres também criticou cortes de financiamento que “corroem a chance de paz” em diversos contextos. 

Ela ressaltou que o que está em jogo são as oportunidades de educação para meninas afegãs; o atendimento médico para sobreviventes de estupro no Sudão e o acesso a alimentos para mães e crianças desnutridas em locais como Gaza, Mali e Somália, dentre outros exemplos. 

Fonte: ONU

- Advertisment -spot_img

Últimas Postagens

Governo reconhece incapacidade de contratar professores suficientes neste ano

0
O Ministério da Educação e Cultura alerta para o défice estrutural de professores em Portugal, prevendo-se um agravamento em 2026 com a entrada de mais de 1,6...
- Advertisment -spot_img