O Hospital Central de Maputo quer reduzir os casos de desvio de fundos e de corrupção. Por isso, a direcção da unidade sanitária proíbe, a partir deste mês, o pagamento de serviços com dinheiro físico.
Maria Cremilda pretendia efectuar o pagamento de mais uma consulta médica no Hospital Central de Maputo, mas foi surpreendida quando soube que não o podia fazer em numerário. “Vim fazer um pagamento para as análises, não sabia disso e estou surpresa, mas acho que é uma boa medida”, disse.
Na maior unidade sanitária do país, os pagamentos passam a ser feitos somente via depósito ou transferência bancária, POS ou via plataformas móveis. Além do desvio de fundos, a medida visa combater a corrupção.
“Este é o principal objectivo, queremos proteger os pacientes, mas também alguns funcionários que têm comportamentos desviantes para que não tenham processos disciplinares por conta de desvio de fundos. É uma das medidas de combate à corrupção na unidade sanitária”, explicou Maria da Felicidade, administradora do Hospital Central de Maputo.
Pretende-se também reduzir os riscos associados ao manuseio de dinheiro.
“A medida enquadra-se no processo de modernização do processo de arrecadação de receitas do hospital e visa melhorar a nossa eficiência e também garantir a transparência na gestão dos fundos. Queremos também melhorar a comunicação com os nossos utentes”, explicou.
A medida é bem vista pelos utentes, mas pedem melhorias.
“A iniciativa é louvável, mas o grande problema é a oscilação do sistema. Agora andamos com dinheiro nos telemóveis então fica mais fácil e também é uma forma de combater a corrupção”, disse um utente.
A medida está em vigor desde 16 de Novembro e enquadra-se no reforço de políticas de transparência, segurança e modernização da gestão financeira da instituição.
Fonte: O País