Resumo
A decisão final de investimento no projeto Coral Norte, liderado pela ENI, foi avaliada em 7,2 mil milhões de dólares e é considerada um marco estratégico para Moçambique pela imprensa internacional. Este investimento duplicará a capacidade de exportação de gás natural liquefeito, tornando o país um ator relevante na geopolítica energética global. A imprensa destaca a confiança dos investidores internacionais num país com instabilidade política, como Moçambique. O projeto Coral Norte é elogiado por replicar o modelo de sucesso do Coral Sul e por contribuir para a diversificação das fontes de energia na Europa. A ENI optou por este modelo modular para reduzir riscos e acelerar prazos de entrega. Enquanto o Coral Norte avança, o projeto Mozambique LNG da TotalEnergies permanece paralisado. A imprensa destaca que este investimento não só fortalece a posição de Moçambique como produtor de GNL, mas também o coloca no radar das grandes potências e empresas, num momento de mudança no mercado global de energia.
O que diz a imprensa internacional
Reuters: “Um marco estratégico”
A agência Reuters considera que o Coral Norte é “um marco estratégico” para Moçambique, não apenas pela escala do investimento, mas porque reforça a confiança de investidores internacionais num país marcado por instabilidade política e desafios de segurança em Cabo Delgado. O projeto é também visto como um sinal de que os grandes players da energia acreditam na resiliência do mercado moçambicano de GNL.
Bloomberg: Moçambique no pódio africano
A Bloomberg sublinha que a nova unidade flutuante permitirá produzir 3,6 milhões de toneladas/ano, replicando o modelo do Coral Sul, já em funcionamento. A agência assinala que, com esta expansão, Moçambique se tornará o terceiro maior produtor africano de GNL, atrás da Nigéria e de Angola, reforçando a sua posição no mapa global da energia.
Financial Times: Energia e geopolítica
O Financial Times contextualiza o FID na geopolítica atual, apontando que o Coral Norte terá um papel central no esforço europeu de diversificação das fontes de energia, após a quebra drástica das importações russas. O jornal assinala que o projeto reforça a relevância geoestratégica de Moçambique, não só como produtor, mas também como país emergente no tabuleiro da segurança energética global.
Argus Media e Energy Intelligence: A importância de replicar modelos
A Argus Media realça que a opção por replicar o Coral Sul reduz significativamente os riscos de execução e acelera os prazos de entrega, permitindo à ENI capitalizar ganhos de experiência e custos já amortizados. A Energy Intelligence observa que este modelo modular poderá tornar-se referência para outros projetos globais, ao equilibrar escalabilidade e resiliência financeira.
Upstream Online: O contraste com a TotalEnergies
Enquanto o Coral Norte avança, o Upstream Online enfatiza que o projeto Mozambique LNG da TotalEnergies continua paralisado, em espera pelo levantamento da força maior decretada em 2021. O contraste entre os avanços da ENI no offshore e as dificuldades do onshore é um dos pontos mais destacados pela imprensa especializada, que vê no Coral Norte um sinal inequívoco de confiança internacional.
Implicações económicas e estruturais
O anúncio tem implicações diretas para a economia moçambicana:
Riscos e desafios
Apesar do optimismo, a imprensa internacional não deixa de alertar para riscos:
A decisão da ENI de avançar com o Coral Norte foi recebida como um voto de confiança no potencial de Moçambique e uma aposta no futuro do gás natural como combustível de transição. Para a imprensa internacional, o projeto é mais do que um investimento energético: é um passo geopolítico que coloca o país no radar das grandes potências e empresas, num momento de reconfiguração do mercado global de energia.
<
p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Se o Coral Norte se cumprir dentro dos prazos previstos e com o impacto económico esperado, Moçambique poderá, na próxima década, transformar-se de um mercado emergente em player central do GNL mundial — uma mudança estrutural com profundas implicações económicas e políticas.
Fonte: O Económico