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Wednesday, November 26, 2025
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Industrialização Africana Exige Nova Agenda para Transformar Economias, Integrar Mercados e Impulsionar Inovação

Resumo

A União Africana, a UNIDO e a UNECA emitiram uma Declaração Conjunta apelando a políticas industriais fortes, infraestruturas modernas, integração regional eficaz, economia digital e inovação tecnológica para impulsionar o desenvolvimento económico de África. Destacaram a importância da industrialização sustentável, da integração regional e da inovação para romper com o modelo histórico de dependência de exportações primárias. Salientaram a necessidade de transformar recursos naturais em produtos de maior valor acrescentado, fortalecendo a capacidade de produção local. Afirmaram que a Agenda 2063 e a AfCFTA são fundamentais para aumentar a competitividade industrial e promover cadeias de valor resilientes. Enfatizaram a importância de investimentos em infraestruturas críticas, como energia, transportes e digitalização, para viabilizar a industrialização em África.

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Declaração Conjunta da AUC, UNIDO e UNECA apela a políticas industriais robustas, infra-estruturas modernas, integração regional efectiva e aposta decisiva na economia digital e na inovação tecnológica.

A União Africana, a UNIDO e a Comissão Económica das Nações Unidas para África defenderam que o futuro económico do continente depende de uma transformação estrutural sustentada, assente na industrialização sustentável, na integração regional e na inovação, sublinhando que a próxima década deve marcar uma ruptura definitiva com o modelo extractivo e fragmentado que historicamente condicionou o crescimento africano.

Industrialização Sustentável Como Pilar da Transformação Económica

A Declaração Conjunta, divulgada no âmbito do Dia da Industrialização Africana, celebrado a 20 de Novembro de 2025, reafirma que o continente deve abandonar a dependência de exportações primárias para se tornar produtor de bens transformados e de maior valor acrescentado. Segundo o documento, a industrialização sustentável exige que África reforce a capacidade de converter os seus recursos naturais — minerais, agricultura e energia — em produtos semi-manufacturados e manufacturados, através de processos de beneficiamento, tecnologia e eficiência .

A reafirmação da Agenda 2063 e a articulação com a Área de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA) conferem um enquadramento estratégico coerente para escalar a competitividade industrial e preparar o terreno para cadeias de valor mais resilientes.

Infra-estrutura: Energia, Transportes e Digitalização

A declaração sublinha que a industrialização africana só será possível com um programa massivo e coordenado de investimento em infra-estruturas críticas. O texto destaca a necessidade de energia fiável e acessível — incluindo fontes verdes e renováveis — bem como redes de transporte modernas que reduzam custos e melhorem a conectividade intra-regional.

A digitalização, segundo os organismos signatários, deverá desempenhar papel central, permitindo ganhos de produtividade e dando ao continente a possibilidade de “saltar etapas” tecnológicas. O investimento em plataformas digitais, infra-estruturas de dados, soluções de pagamentos, inteligência artificial, fintech e indústria 4.0 é apresentado como prioridade para construir uma base industrial competitiva à escala global.

AfCFTA Como Motor da Integração e da Competitividade

Um dos eixos mais fortes da declaração é o apelo a uma implementação efectiva da AfCFTA. O documento defende que eliminar barreiras tarifárias e não-tarifárias, harmonizar procedimentos aduaneiros e promover a livre circulação de bens, serviços, pessoas e capitais constituem condições essenciais para criar mercados integrados com escala suficiente para sustentar cadeias de valor regionais.

A integração de mercados é vista como a resposta estrutural para ultrapassar a fragmentação económica africana e construir cadeias que liguem produtores de diferentes países, promovendo especialização produtiva e competitividade.

Políticas Industriais Robustas, Verdes e Baseadas em Evidências

A declaração enfatiza que África precisa de políticas industriais robustas, direccionadas e baseadas em diagnósticos sólidos. Estas políticas devem promover a concorrência, atrair Investimento Directo Estrangeiro (IDE), estimular o investimento doméstico e garantir a transição para métodos de produção sustentáveis. O documento destaca ainda que a industrialização verde — com enfoque na economia circular e na eficiência de recursos — será crucial para responder às mudanças climáticas, que têm impacto cada vez mais severo nas economias africanas.

Inovação, STEM e Capacitação Como Motores de Crescimento

Para acelerar a transformação industrial, a AUC, UNIDO e UNECA apontam a inovação como motor essencial. O reforço de competências científicas e tecnológicas, a aposta no ensino técnico e profissional, o investimento em investigação e desenvolvimento e a criação de ecossistemas de empreendedorismo digital são apresentados como urgentes.

A declaração alerta que as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) devem ser colocadas no centro da agenda industrial, por serem essenciais para a criação de empregos, para a dinamização das cadeias de valor regionais e para a inclusão económica.

IDDA IV: Uma Nova Década de Industrialização Africana

O documento coloca ainda a próxima Década de Desenvolvimento Industrial para África (IDDA IV: 2026–2035) como plataforma estratégica para acelerar a industrialização, mobilizar financiamento, reforçar instituições e aprofundar alianças globais. A sua implementação envolverá forte coordenação entre governos, organizações regionais, parceiros internacionais e o sector privado.

Mobilização de Capitais Para Financiar a Nova Agenda Industrial

A nota conclui com um apelo claro: África precisa de mobilizar recursos internos, atrair capital externo, reforçar bancos nacionais e continentais de desenvolvimento e reformar a arquitectura financeira internacional para responder ao peso crescente da dívida e aos impactos transversais das alterações climáticas.

Com a industrialização no centro das prioridades, a AUC, a UNIDO e a UNECA apelam a que África transforme compromissos em acções concretas e construa uma base industrial resiliente, integrada e inovadora, capaz de redefinir o futuro económico do continente.

Fonte: O Económico

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