27.1 C
New York
Sunday, October 19, 2025
InícioNacionalPolíticaInicia debate público de revisão da legislação

Inicia debate público de revisão da legislação

Inicia debate público de revisão da legislação penal para corrigir “erros, lapsos e omissões”

Inicia, esta semana, o debate público das propostas de revisão da legislação penal. Numa primeira fase, a análise e debate dos anteprojectos de revisão do Código Penal, Código do Processo Penal e Código de Execução de Penas e Medidas Privativas e Não Privativas de Liberdade irão decorrer nas províncias. Neste sentido, os deputados que fazem parte da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade (CACDHL) deslocaram-se às províncias para dirigir os debates, que irão durar 10 dias.

Do pacote legislativo que vai à revisão, destaca-se o facto de constar o Código Penal, aprovado em Dezembro de 2014, que veio substituir o código de 1886, até então em vigor. A CACDHL, também designada Primeira Comissão, faz notar que o Código Penal que vai à revisão trouxe valores fundamentais consagrados na Constituição da República, como a igualdade e a dignidade da pessoa humana. O código introduziu, igualmente, as medidas e penas alternativas à pena de prisão. Porém, a Primeira Comissão diz que a aplicação prática do código revelou, muito cedo, a existência de omissões, falta de consolidação de algumas normas, deficiente tipificação de determinadas práticas e falta de clareza na revogação de algumas leis. “É reconhecidamente assinalável o mérito da nova consagração legal, porém, não deixamos de descortinar graves erros, lapsos e omissões na estrutura do novo Código Penal que atentam contra os mais basilares princípios constitucionais e do direito criminal. Verificámos, ainda, a falta de harmonia com a Constituição da República, com instrumentos jurídicos do Direito Internacional, como a Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos (…)”, refere a Primeira Comissão, na fundamentação do anteprojecto de revisão do Código Penal.

Na proposta que vai a debate público, a Primeira Comissão propõe a retirada de expressões como “delinquente”, “marginal” e “meliante”, usadas para designar o agente do crime. A comissão entende que o respeito pela dignidade da pessoa humana torna “politicamente incorrecto” o uso daquelas expressões, além de que desqualificam as pessoas suspeitas de praticar delitos. “O legislador deve assegurar uma linguagem não comprometida para designar o agente do crime, à luz das tendências universais de protecção e promoção dos direitos humanos”.

Sobre a necessidade de proteger a dignidade humana, a proposta propõe a punição daquele que, não sendo autor, injustificadamente partilhar, exibir, ceder, exportar, repassar ou distribuir recortes, imagens, fotografias, vídeos, áudios e quaisquer outros ficheiros ou meios de expressão ofensivos à honra e ao bom nome de outrem. Outra alteração tem que ver com os crimes de injúria ou difamação contra o Presidente da República, o presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro, os presidentes dos órgãos supremos da Justiça, os deputados, os membros do governo, o procurador-geral da República e o provedor da Justiça, que passam a estar integrados nos crimes contra a honra, “deixando o alcance dos crimes contra a segurança do Estado”.

Fonte: O Pais -Politica

Artigo anterior
Próximo artigo

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu nome aqui
Por favor digite seu comentário!

- Advertisment -spot_img

Últimas Postagens

Conselho Nacional de Defesa e Segurança preocupado com expansão do terrorismo

0
O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, liderou a II Reunião do Conselho Nacional de Defesa e Segurança, focando-se no combate ao terrorismo no norte do...
- Advertisment -spot_img