A província de Niassa é, até ao momento, a única com casos positivos de Mpox, totalizando 13 desde a eclosão do surto.
Trata-se de uma doença que pode ser fatal e cuja confirmação obriga ao isolamento domiciliar.
Há três formas de transmissão da doença. “A primeira forma de contaminação é por meio do contacto físico directo. A evidência científica mostra que a mais eficiente é o contacto sexual e o contacto pele a pele, desde o aperto de mão, um abraço. A indirecta, que é o contacto com objectos ou superfícies contaminadas, e a terceira, que é menos comum em Moçambique. Em termos de sintomas, o indivíduo sente febres, dor de cabeça, dores musculares, dores na garganta e as lesões ou borbulhas em todo o corpo, incluindo na cara.”
Em entrevista, o director do Instituto Nacional de Saúde garantiu que o país tem capacidade de testagem, uma das formas de responder à doença.
“Todas as províncias possuem capacidade de testagem de saúde pública, porque construímos em todo o país. Os 13 casos de Mpox confirmados em Niassa foram lá testados.”
A vacinação é um dos mecanismos de resposta e está a ser implantada em nove países. Entretanto, Moçambique ainda não dispõe das vacinas, e o director do INS explicou as razões.
“A questão das vacinas é, primeiro, a disponibilidade, segundo, são vacinas caras, cuja tecnologia para produção é antiga. Entretanto, uma das nossas intervenções é mobilizar vacinas para o país, e, neste momento, estão a ser feitas negociações, principalmente com a África CDC, que mobiliza toda a vacina para o continente. Temos países com casos muito mais severos que até hoje não tiveram vacina.”
Apesar do aumento de casos, Samo Gudo descarta a possibilidade de adopção de medidas de restrição.
“Nenhuma entidade recomenda restrições de actividades económicas. Se alguém vai fazer eventos, tem de avaliar o risco, mitigá-lo e definir as medidas para conter a infecção.”
De Janeiro a esta parte, pelo menos 170 pessoas morreram vítimas de Mpox em África.
Fonte: O País