O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) global registou um crescimento significativo em 2023, atingindo um recorde de 41 biliões de dólares, após um período de declínio no ano anterior. O aumento foi de 1,75 biliões de dólares, representando um crescimento de 4,4%, segundo os dados mais recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgados na Coordinated Direct Investment Survey.
O crescimento do IDE foi impulsionado, principalmente, pelas regiões da Ásia Central e do Sul, Europa, América do Norte e América Central, com destaque para os investimentos entre economias avançadas, que cresceram 880 mil milhões de dólares (3,6%). Já os fluxos de economias avançadas para mercados emergentes e economias em desenvolvimento aumentaram em 538 mil milhões de dólares (7,6%), evidenciando um crescimento robusto nessas regiões.
Estados Unidos lideram captação de investimento estrangeiro
O relatório do FMI mostra que os Estados Unidos consolidaram a sua posição como o principal destino do Investimento Directo Estrangeiro, ampliando a sua vantagem global. Em 2023, os EUA registaram um aumento de 227 mil milhões de dólares na sua posição de IDE.
A Singapura foi o país que registou o maior crescimento do IDE, com um aumento de 307 mil milhões de dólares, seguida dos Estados Unidos (227 mil milhões) e da Alemanha (164 mil milhões). Apesar de uma redução nos fluxos para os Países Baixos e Luxemburgo, estas economias mantiveram-se entre os cinco maiores destinos de IDE, ao lado da China e do Reino Unido.
Crescimento acelerado nos mercados emergentes
Os mercados emergentes também demonstraram um forte desempenho em 2023. Países como Índia, México e Brasil registaram aumento de cerca de 130 mil milhões de dólares cada, o que representa crescimentos próximos de 20% nas suas posições de IDE. Este aumento foi o maior registado para estas economias desde o início da série do IMF Coordinated Direct Investment Survey, em 2009.
A importância do IDE para a globalização e desenvolvimento
O relatório do FMI sublinha que o Investimento Directo Estrangeiro continua a ser um dos principais motores da globalização, promovendo ligações económicas transfronteiriças e spillovers tecnológicos. O estudo do FMI visa oferecer uma distribuição geográfica detalhada dos fluxos de IDE, permitindo uma melhor compreensão do grau de integração das economias globais e das dinâmicas de interdependência financeira.
O crescimento recorde do IDE em 2023 sinaliza uma recuperação global dos investimentos e um fortalecimento das economias emergentes como destinos estratégicos para o capital internacional. Entretanto, os próximos meses serão decisivos para avaliar como as políticas económicas, as tensões geopolíticas e as dinâmicas de juros globais poderão influenciar o comportamento dos fluxos de IDE em 2024.
Fonte: O Económico