Jesus: «No Benfica ganhei tudo e nunca tive um jogo em que os adeptos gritassem por mim»

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Jorge Jesus no Al Hilal (FOTO: Noushad Thekkayil/NurPhoto via Getty Images)

Jorge Jesus deu uma entrevista à ge.globo e abriu o livro. Entre vários assuntos, o treinador português demonstrou ter saudades dos tempos em que treinou o Flamengo, reconhecendo que a relação que mantinha com os adeptos era especial, algo que nunca aconteceu no Benfica.

«Guardo o Flamengo num lugar especial do meu coração, por tudo o que envolveu jogadores e adeptos. Às vezes vejo os meus vídeos para recordar 70 mil pessoas a gritar «Olê, olê, olê, Mister». Não há hipótese de ter isso no meu país. Estive no Benfica, ganhei tudo que havia para ganhar e nunca tive um jogo, um jogo em que os adeptos gritassem por mim. Nenhum! Tenho saudades do Brasil», confessou o técnico de 70 anos.

Na sequência, Jesus foi questionado sobre a possibilidade de voltar ao clube brasileiro e revelou que em 2022 esteve perto, mas por uma semana de diferença esse cargo acabou por ser ocupado pelo compatriota Paulo Sousa.

«No meu último ano de Benfica, foi por uma semana que não fui treinador do Flamengo. Marcos Braz esteve em Portugal para me levar e eu ainda era treinador do Benfica. Disse que naquele momento não era fácil sair, mas que as coisas não estavam muito boas e que, se pudesse esperar mais um pouco, ia acontecer. Mas o facto é que saí do Benfica ao final de uma semana do acerto com o Paulo Sousa. O timing às vezes não dá, às vezes não é na hora e não se conjugam os interesses», partilhou.

Sobre os tempos em que treinou o Flamengo, 2019 e 2020, o técnico luso referiu que foi determinante para mudar o rumo do futebol brasileiro 

A minha passagem obrigou o futebol brasileiro, e o próprio treinador, a olhar para o jogo de outra maneira. Quando chegámos, o futebol era muito de posição, de pouca pressão. Hoje não. Eles já sabem o que é fazer pressão alta. As grandes equipas do Brasil estão a viver essa mudança, tal como na Europa. E sim, sinto que deixámos um legado para que os outros treinadores portugueses, como Abel Ferreira e Artur Jorge, tivessem a continuidade dessa ideia de jogo. Isto fez com que três treinadores portugueses,  no espaço de cinco anos, ganhassem», disse. 

«Eu sinto-me como o Pedro Álvares Cabral do futebol português no Brasil, onde fui confirmado e justificado. O treinador português é o melhor treinador do mundo. Não estou dizendo que são todos iguais. O Messi não são todos Messis, nem Neymar, nem Ronaldinho. Mas há três, quatro treinadores portugueses que são os melhores do mundo», afirmou.

Por fim, o treinador luso falou sobre a passagem na Arábia Saudita, ao serviço do Al Hilal, e da estreia no Mundial de Clubes frente ao Real Madrid

«Calhou de ser contra uma das equipas mais representativas do mundo e isso fará com que o Al Hilal esteja na boca do mundo. Tenho a certeza do que vou dizer: o Al Hilal será uma super equipa no Mundial de Clubes», concluiu.

Fonte: Mais Futebol

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