Resumo
A Força de Supressão de Gangues (GSF) é uma missão multinacional autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU para combater gangues no Haiti, composta por 5.550 oficiais. O objetivo é proteger populações vulneráveis, desmantelar gangues armadas, proteger infraestruturas e garantir acesso humanitário, em colaboração com a Polícia Nacional do Haiti. A GSF substitui a missão anterior, MSS, devido à situação de segurança sem precedentes no país, onde grupos armados controlam grande parte da capital, Porto Príncipe, e têm causado deslocamentos em massa. O Haiti não consegue resolver sozinho devido ao colapso das instituições estatais, escassez de recursos policiais e intensidade da violência, que inclui sequestros, violações e homicídios.
O que é a GSF?
A Força de Supressão de Gangues, GSF na sigla em inglês, é uma missão multinacional recém-autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU.
Com um mandato de 12 meses, a força composta por 5.550 oficiais irá trabalhar em conjunto com as autoridades haitianas para neutralizar gangues, proteger infraestruturas e garantir o acesso humanitário.
O principal objetivo é proteger populações vulneráveis da escalada de violência e evitar novos fluxos de deslocados.
A resolução do Conselho foi apresentada pelo Panamá e pelos Estados Unidos, refletindo um apoio internacional alargado face à crise multidimensional que o Haiti enfrenta há anos.
Quais são os objetivos?
As prioridades centrais da GSF incluem operações de inteligência para desmantelar gangues armadas, proteção de infraestruturas críticas e garantia de acesso humanitário, sempre com foco na proteção da população.
A força trabalhará lado a lado com a Polícia Nacional do Haiti, preparando o país para assumir gradualmente a responsabilidade pela sua própria segurança.
O mandato também prevê o fortalecimento das instituições nacionais e a criação de condições para a paz e o desenvolvimento a longo prazo. Para isso, será criado um Escritório de Apoio da ONU que dará suporte logístico e operacional.
O que substitui?
A GSF substitui a missão de Força Multinacional de Apoio à Segurança no Haiti, MSS na sigla em inglês, no Haiti, marcando uma mudança de estratégia.
A MSS, liderada pelo Quênia, foi lançada em 2023 para apoiar a polícia haitiana, mas com recursos limitados. Apesar de prevista para 2,5mil efetivos, nunca conseguiu alcançar esse número e permaneceu subfinanciada.
Já a GSF será maior, mais robusta e com um mandato mais amplo.
Porque é necessária?
A situação de segurança no Haiti é considerada inédita: grupos armados controlam até 90% da capital haitiana, Porto Príncipe, bloqueiam estradas, atacam infraestruturas e aterrorizam civis com sequestros, violações e homicídios.
Só em 2024, mais de 5,6 mil pessoas foram mortas.
Desde março de 2025, a violência alastrou-se para além da capital, atingindo os departamentos de Artibonite e Centre, onde quase 240 mil pessoas foram deslocadas. No total, mais de 1,3 milhão de pessoas tiveram de abandonar as suas casas, enquanto serviços essenciais como saúde e distribuição de alimentos colapsaram.
A Polícia Nacional Haitiana não tem capacidade para responder sozinha efetivamente.
Porque o Haiti não consegue resolver sozinho?
O colapso das instituições estatais, a escassez de recursos policiais e a intensidade da violência impedem o Haiti de lidar sozinho com a crise.
As gangues consolidaram formas de governança criminal, recrutam crianças, traficam armas e drogas. A ONU já declarou em múltiplas ocasiões que a impunidade, a corrupção e o enfraquecimento institucional estão no cerne da insegurança.
A GSF vai resolver os problemas do Haiti?
Autoridades da ONU sublinham que a segurança, por si só, não será suficiente.
O país enfrenta múltiplas crises: necessidades humanitárias crescentes, agravadas por desastres naturais, uma economia em colapso, pobreza estrutural e ausência de governo eleito desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021.
Estados-membros da ONU têm insistido que a GSF deve integrar uma estratégia mais ampla, que inclua reformas de governação, ajuda humanitária e desenvolvimento sustentável.
Em suma, a GSF é necessária, mas não suficiente: o apoio internacional precisa ir além da segurança para que o Haiti possa recuperar.
Quando começa a GSF?
A GSF deverá iniciar operações após o fim do mandato da MSS esta quinta-feira. No entanto, será necessário algum tempo para mobilizar os 5.550 oficiais previstos, bem como instalar o novo escritório de apoio da ONU.
Ainda não está definido quais países irão contribuir com tropas. O Conselho de Segurança esclareceu que a missão será financiada sobretudo por contribuições voluntárias dos Estados-membros da ONU.
Fonte: ONU





