Resumo
A OMS divulgou o seu segundo Relatório Global sobre Hipertensão, indicando que 1,4 bilhão de pessoas viviam com a doença em 2024. A hipertensão é uma das principais causas de problemas de saúde como ataques cardíacos e AVC, podendo ser prevenida e tratada com acesso adequado a cuidados de saúde. O relatório destaca que apenas 28% dos países de baixo rendimento têm todos os medicamentos recomendados disponíveis. A OMS salienta a importância de políticas de saúde, acesso a equipamentos de medição e medicamentos, e formação de equipas de cuidados primários. A disponibilidade desigual de medicamentos para pressão arterial é realçada, com apenas 28% dos países de baixo rendimento a reportarem acesso total, comparativamente aos 93% dos países de alto rendimento. Alguns países, como Bangladesh, Filipinas e República da Coreia, demonstraram progressos no controlo da hipertensão, sendo essencial integrar este controlo nas reformas da cobertura universal de saúde para evitar mortes prematuras e reduzir o impacto da hipertensão arterial não controlada.
Segundo o documento, apenas 28% dos países de baixo rendimento relatam disponibilidade de todos os medicamentos recomendados pela OMS.
Impacto global
A hipertensão é uma das principais causas de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, doença renal crónica e demência, que podem ser prevenidas e tratadas com acesso adequado a cuidados de saúde.
De acordo com a agência, entre 2011 e 2025, as doenças cardiovasculares terão custado aos países de baixo e médio rendimentos, US$ 3,7 trilhões, o equivalente a cerca de 2% do seu PIB combinado.
O diretor geral da OMS, Tedros Ghebreyesus afirmou que “a cada hora, mais de mil vidas são perdidas devido a acidentes vasculares cerebrais e ataques cardíacos causados pela hipertensão arterial, e a maioria dessas mortes é evitável”. Acrescentou que, “com vontade política, investimento contínuo e reformas para incorporar o controle da hipertensão nos serviços de saúde, podemos salvar milhões de vidas e garantir cobertura universal de saúde para todos.”
Barreiras persistentes
O relatório analisou dados de 195 países e territórios, e concluiu que 99 deles têm taxas de controlo da hipertensão inferiores a 20%. A maioria das pessoas afetadas vive em países de baixo e médio rendimentos, onde os sistemas de saúde enfrentam restrições de recursos.
As principais barreiras incluem falta de políticas de promoção da saúde, acesso limitado a aparelhos de medição, escassez de protocolos, cadeias de abastecimento e medicamentos caros. A OMS destaca ainda a importância de formar equipas de cuidados primários e garantir proteção financeira aos pacientes.

Acesso a medicamentos
Os medicamentos para a pressão arterial estão entre as ferramentas de saúde pública mais rentáveis, mas a sua disponibilidade é desigual. Apenas 28% dos países de baixo rendimento relataram acesso a todos os medicamentos recomendados, em comparação com 93% dos países de alto rendimento.
“Existem medicamentos seguros e eficazes, mas muitas pessoas não têm acesso a eles. Eliminar essa lacuna salvará vidas e economizará milhares de milhões de dólares todos os anos”, diz Tom Frieden, diretor executivo da Resolve to Save Lives.
Progressos a nível nacional
Apesar das dificuldades, alguns países demonstraram avanços.
Bangladesh aumentou o controlo da hipertensão de 15% para 56% em algumas regiões entre 2019 e 2025, integrando o tratamento no pacote essencial de saúde. As Filipinas incorporaram-no nos serviços comunitários, e a República da Coreia atingiu 59% de controlo nacional ao reduzir o custo de medicamentos.
A OMS apela a todos os países que integrem o controlo da hipertensão nas reformas da cobertura universal de saúde. A implementação das medidas recomendadas poderia evitar milhões de mortes prematuras e aliviar o enorme impacto social e económico da hipertensão arterial não controlada.
Fonte: ONU