De acordo com o documento, os protestos começaram em 21 de Outubro de 2024, dois dias após o assassinato do advogado Elvino Dias e de Paulo Guambe, apoiantes do candidato presidencial Venâncio Mondlane, e prolongaram-se até Março de 2025.
As províncias de Maputo, Nampula, Zambézia e Sofala concentraram 78% dos casos, com a maioria das vítimas a situar-se entre os 18 e os 35 anos. As mulheres representaram 14% das vítimas, incluindo detidas, feridas e mortas, reflectindo uma vulnerabilidade acrescida no contexto da repressão.
O relatório indica ainda que 3.700 pessoas ficaram feridas, mais de 900 por disparos de arma de fogo, e que cinco continuam desaparecidas. Foram igualmente registadas 17 execuções com motivações políticas.
Entre os mortos, 17 eram agentes das Forças de Defesa e Segurança (4,2%) e 20 eram crianças (5%).
A Plataforma Decide denuncia a ausência de investigações públicas e de responsabilização judicial, bem como a falta de reparação às vítimas, apontando interferências políticas nas instituições de justiça e falhas graves na proteção dos direitos fundamentais.
Fonte: O País