Matola Rio já não quer “xivotxongo” à venda na vila

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O Município da Vila Matola Rio dá ultimato de quatro dias para a retirada de xivotxongo, que está à venda nas ruas e mercados da autarquia. O edil orientou, também, à fábrica que funciona naquela urbe a interromper a produção de bebidas espirituosas de baixo custo. 

Depois do Município da Matola, esta quinta-feira, foi a vez da Vila da Matola Rio fiscalizar a venda e a produção de xivotxongo. O presidente da autarquia da Vila da Matola Rio saiu do gabinete e tinha como um dos destinos, alguns dos locais de maior venda de bebidas espirituosas de baixo custo. 

Abdul Gafur conversou com os que comercializam xivotxongo e orientou-os a parar de vender. “Há um produto que eu não gostaria que vendesse. Sabes qual é? É o xivotxongo. Esta bebida é perigosa para a saúde. Venda todos outros produtos. Menos essa bebida. Isto é uma droga. Faz muito mal à saúde”, apelou Abdul Gafur, edil da Vila da Matola Rio.  

Porque faz mal à saúde, o edil da Vila da Matola Rio não quer mais ver esta bebida no mercado e apresenta uma alternativa para quem sua sobrevivência depende disso. 

“Tens muitos produtos aqui. Investe mais nesses produtos que fazem bem à saúde e elimina a venda dessas bebidas. Nós temos um programa de apoio aos nossos jovens, ao empreendedor, nós vamos lançar esse programa para apoiar os nossos jovens, mas nunca vamos apoiar a venda dessas bebidas”, revelou Abdul Gafur em conversa com um dos vendedores de xivotxongo.  

Os comerciantes dizem que vão parar de vender as bebidas espirituosas de baixo custo e, para já, vão descartar as quantidades que ainda têm nas suas bancas.

“Eu vou parar de vender essas bebidas porque prejudicam à saúde. Se é prejudicial, temos que apoiar a ideia, deixando de vender. Assim que tenhouma parte dos produtos, vou tirar da banca e jogar fora. Não há outra saída”, consentiu Abel, um comerciante de xivotxongo. 

Entretanto, os comerciantes pedem que o mal seja cortado a partir da raiz. “Se vamos parar de vender, a fábrica vai fechar?”, perguntou um comerciante ao edil que, por sua vez, respondeu: “vai fechar, sim. Há um trabalho do Governo Central para que as fábricas que fazem esse tipo de bebida, com o teor de álcool muito elevado parem de fabricar isso”. 

E a dúvida de Ozias Beril tem a sua razão de ser. “É que se a fábrica não fechar, eu posso não vender, mas os outros vão”. 

Para a retirada dessas bebidas de circulação, o presidente da Vila da Matola Rio deu ultimato quatro dias. Depois disso, quem teimar em vender, a mercadoria será apreendida pela Polícia Municipal. 

“Nós já iniciamos há algumas semanas, mas nós vamos dar mais uma. Portanto, a partir de segunda-feira, nós não vamos querer ver nenhuma garrafa dessas bebidas pelas ruas da Matola Rio. Estão todos avisados e a nossa polícia está a fazer essa sensibilização e a partir de segunda-feira nós vamos fazer mão dura à venda dessa bebida”, avisou Abdul Gafur. 

Das ruas, Abdul Gafur foi visitar a única fábrica de xivotxongo localizada na Vila da Matola Rio. 

O edil soube que a forma de produção é, aparentemente, segura, mas ficou preocupado com a concentração de álcool nas garrafas de xivotxongo de 200 mililitros, que é de 42 por cento. Uma percentagem alcoólica muito alta. 

Aliás, a mesma fábrica produz uma bebida enchida numa garrafa de 750 mililitros, mas com o teor de álcool de 40 por cento. É por isso que recomenda a interrupção na produção de xivotxongo. 

“A recomendação que nós deixamos é que esta linha seja eliminada. Que fabriquem outras linhas, mas é preciso retirar esta linha, que é barata, todos os jovens têm acesso a esta bebida. Portanto, nós queremos que o munícipe não tenha acesso a esta bebida. Para isso, é preciso cortar pela raiz, da fronte que é esta fábrica. Portanto, nós estaremos a trabalhar com a fábrica para controlar a fabricação da bebida de todas outras linhas, eliminando, gradualmente, o “xivotxongo”, avançou o edil da Matola Rio. 

A empresa ouviu a recomendação do edil e diz que vai acatar. “A recomendação é bem-vinda e será seguida. Vamos parar de produzir esta linha de bebidas. Ainda vamos estudar o que fazer com o que já produzimos. Não posso adiantar agora. A visita foi repentina, ouvimos das televisões. Ainda estamos a estudar uma maneira de fazer com o stock existente. Nós paramos a produção porque houve recomendação do Governo”, disse Joaquim dos Santos, representante da APEX Beverages.  

Depois de parar a produção, a empresa vai sentar, colocar o dedo na máquina e calcular os prejuízos que poderá somar. Mas Dos Santos sublinha que xivotxongo não é o forte. 

“A linha das bebidas pequenas não é o nosso forte. O nosso forte são aquelas garrafas maiores. A tendência é expandir a linha maior é a que mais qualidade a gente acha que tem, comparando com as outras”, explicou Joaquim dos Santos. 

A fábrica, que opera há oito meses, diz que usa o álcool de origem agrícola importado de Eswatini para a produção das bebidas. 

Fonte: O País

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