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Medalha de Ouro Olímpica de Mutola foi há 25 anos

Foi a 25 de Setembro de 2000 que Maria de Lurdes Mutola conseguiu um feito que há muito era aguardado pelo povo moçambicano que seguia atentamente a sua carreira no atletismo mundial: a conquista da primeira medalha de ouro em Jogos Olímpicos. Aconteceu em Sydney, na Austrália, em plena tarde do dia em que os moçambicanos observavam um feriado nacional e estavam pregados a tela da Televisão de Moçambique para não perder pitada do que acontecia a quilómetros de distância. Volvidos 25 anos, o país desapareceu do mapa do atletismo mundial, não aparecendo atletas que sigam o exemplo de Lurdes Mutola. 

 

Por Alfredo Júnior

 

O país parou e particularmente o Bairro de Chamanculo não se conteve com o tamanho feito alcançado por uma atleta que começou por jogar futebol, mas que descobriu pela mão do poeta mor José Craveirinha que era no atletismo onde alcançaria os maiores feitos para si e para uma nação inteira.  

 

Após uma carreira ímpar de sucessos, em que ganhou tudo o que havia para vencer, Lurdes Mutola chegou à medalha que lhe faltava, por sinal a mais ansiada: o ouro olímpico, feito que completa 25 anos hoje que a nossa bandeira subiu ao mastro olímpico e o hino nacional entoado. 

Em vésperas de terminar uma brilhante carreira de duas décadas, em que venceu praticamente tudo o que havia para ganhar, Lurdes estava perante a última oportunidade, nos Jogos Olímpicos da Austrália.

PRESSÃO PARA CHEGAR AO OURO

Mutola saiu dos Estados Unidos, com seis meses de antecedência, sob a pressão do “tudo-por-tudo, visto que em Atlanta 1996 já havia ganho a medalha de bronze, porém os seus admiradores exigiam mais de si, sendo que recorda nestes termos a pressão que sofria para chegar ao tão aguardado Ouro Olímpico.  

“É triste que no desporto de competição, as pessoas só se recordem das medalhas de ouro e raramente do segundo lugar ou do terceiro. As medalhas de prata e de bronze ficam apagadas. Consegui bronze nos Jogos de Atlanta, embora estando doente. Fui à primeira eliminatória, à segunda e à final, depois fiquei gripada, mas consegui a medalha de bronze. O país esqueceu-se. A minha treinadora, já me havia dito: Lurdes podes vencer dez mundiais, mas se não ganhas uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, vais ficar apagada”, referiu Lurdes Mutola a página oficial da sua fundação.

25 ANOS DEPOIS MOÇAMBIQUE DESAPARECEU DAS FINAIS MUNDIAIS

 

Volvidos 25 anos depois de Lurdes Mutola ter completado a prova dos 800 metros em 1:56.15 minutos e ter deixado para trás a concorrência a elevado bem alto a bandeira moçambicana, o feito tem sido pouco valorizado, para além do facto de Moçambique nunca mais ter disputado uma final de uma prova olímpica.

 

Convidado pelo LanceMZ a analisar este facto, o Secretário Geral do Comité Olímpico de Moçambique, Penalva César, teceu os seguintes comentários:

 

“Nós, como Moçambique, temos que nos posicionar numa situação em que é preciso que implementemos ou incrementemos um plano no qual devemos incluir aspectos diversos. Aspectos diversos passam por aquilo que Moçambique tem como condições para preparar os seus atletas. Condições para preparar os seus atletas passam primeiro pela quantidade de atletas que nós temos. Quero me referir ao processo de formação e treinamento dos atletas. O nosso processo de formação, desde as idades mais tenras até atingirmos as idades seniores, é um processo que, diria, regrediu em relação aos anos anteriores como país e isto leva-nos a repensar e perceber que Moçambique, de facto, tem que olhar para o desporto de uma forma diferente”, disse Penalva César.

 

César aponta a necessidade da existência de infraestruturas de qualidade no país como uma das condições básicas para a melhor preparação dos atletas moçambicanos para que possam ansiar por altos voos ao nível mundial.  

 

“Para além da massificação, que é ter um conjunto cada vez mais elevado de atletas a fazer atividade desportiva, nós temos que criar condições para que esses atletas possam ter infraestruturas para praticar o desporto e ter infraestruturas para praticar o desporto são obrigações que passam primeiro pela comunidade, pela sociedade em si, onde nós devemos preservar primeiro os nossos recintos desportivos, os campos e espaços que estão reservados para a prática desportiva e termos cada vez mais infraestruturas que obedeçam aquilo que são as critérios internacionais para a execução dessas diversas modalidades num nível elevado”, destacou o nosso interlocutor.

 

Lurdes Mutola disse adeus à alta competição no mês de Agosto de 2008, nas Olimpíadas de Beijing, na China. De lá a esta parte, Moçambique desapareceu por completo do mapa do atletismo mundial, visto que nenhum atleta saído da Pérola do Índico conseguiu no mínimo marcar presença numa final de uma prova Mundial ou Olímpica. (LANCEMZ)

 

Fonte: Lance

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