TODAS as sextas-feiras, idosos, adultos, jovens e crianças desprovidos de condições de sobrevivência pululam, invariavelmente, nas artérias da cidade, mendigando qualquer coisa a pessoas de boa vontade, sobretudo aos agentes económicos já estabelecidos e conhecidos pelas suas obras de caridade.
É um fenómeno que preocupa cada vez mais às autoridades governamentais e a sociedade civil pelo impacto que tem, não só para as pessoas nesta condição, como também para a estrutura social e económica do país. Há estratégias que estão a ser implementadas para a sua redução, mas que se revelaram até agora ineficazes, o que, como consequência, resvala para uma prática ou um hábito que não se quer largar.
Se era frequente às sextas-feiras, e com pouca presença de crianças em idade escolar, ver pessoas pedindo esmola, sobretudo à porta dos estabelecimentos comerciais, actualmente a regra mudou ligeiramente. Os pedintes se fazem ao centro urbano diariamente, e de porta em porta esperam alguma caridade, que pode ser em géneros alimentares (normalmente os tais caridosos oferecem pão) ou em dinheiro.
A prática ganhou terreno e arrasta menores de idade que servem de bengala para os mais velhos deficientes e auxiliares para aqueles que já não têm forças suficientes para lutar pelas doações. Os pedintes dominam os locais concretos onde podem ter acesso a qualquer tipo de oferta, no caso das mesquitas, residências e lojas.
Fonte:Jornal Notícias