O mercado de Malhampsene, como qualquer um, deveria oferecer segurança para aqueles que vão à busca de diversos produtos, mas não tem sido assim.
A verdade é que é preciso ter coragem para circular nele, sobretudo para aqueles que trazem perucas, telemóveis e outros bens, porque os malfeitores os arrancam sem piedade.
É um cenário que, segundo contam alguns dos nossos entrevistados, se agravou em Outubro do ano passado.
Maxuel Luate, de 17 anos de idade, contou à nossa reportagem que, para além de presenciar vários roubos e outros casos de criminalidade no local, quase foi vítima.
“Aqui há muita criminalidade a partir das 17 horas. Eu quase sofri roubo por aqui. Enquanto ia apanhar transporte para casa, fui encostado por um senhor. Graças a Deus, o celular estava comigo bem apertado, ele não conseguiu arrancá-lo de mim”, contou Luate.
Diferentemente do Maxuell, que apenas sofreu tentativa de roubo, Francelina não teve a mesma sorte. Contou-nos que são vários os roubos que sofreu no local.
“Neste mercado, há muito roubo. Os ladrões têm sido muito maus, pois, quando encontram alguém de noite, tiram todos os bens, inclusive a roupa que a pessoa traz no corpo. Eu, por exemplo, já fui vítima de mais de dois roubos, é triste”, partilhou a nossa fonte, visivelmente agastada.
Os nossos entrevistados explicaram também que esta situação intimida os clientes, facto que compromete o negócio.
É que, devido ao agravamento de casos de criminalidade, as pessoas optam por ir a outros mercados e paragens. Com esta situação, os vendedores já não conseguem obter os mesmos lucros que antes.
“Este cenário iniciou no período das manifestações pós-eleitorais. De lá até esta parte, as pessoas têm medo de entrar no mercado de Malhampsene. Já não temos paz, o negócio não está como antes, porque as pessoas têm medo, está difícil sustentar as nossas famílias. Pedimos ajuda, pedimos patrulha policial, disse Irene Jeremias.
Importa referir que não é somente Malhampsene com esses casos. Cenário quase idêntico tem vindo a registar-se na Cidade de Maputo. A avenida Guerra Popular tem vindo a liderar no que toca a casos de roubos de perucas, telemóveis e mais.
Fonte: O País