Resumo
O petróleo encerrou o último dia de 2025 praticamente inalterado, devido a sinais contraditórios: tensões geopolíticas no Médio Oriente e entre Rússia e Ucrânia contrastam com a percepção de um mercado global sobreabastecido. O Brent fixou-se em cerca de 61,92 dólares por barril, e o West Texas Intermediate em torno de 57,95 dólares, refletindo a incerteza dos investidores. As negociações de paz entre Rússia e Ucrânia enfrentaram obstáculos, com acusações mútuas de ataques, diminuindo as expectativas de um acordo iminente e aumentando o prémio de risco nos preços do petróleo. As tensões no Médio Oriente, especialmente no Iémen, também preocuparam os mercados, mas a perceção de um mercado global sobreabastecido limitou ganhos mais expressivos, segundo a Reuters.
Os mercados energéticos internacionais encerraram o último dia de negociação de 2025 com o petróleo a registar um comportamento estável, após uma sessão marcada por forte volatilidade. As expectativas de um eventual acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia sofreram um revés, enquanto as tensões no Médio Oriente, nomeadamente no Iémen, reacenderam preocupações com a segurança da oferta. Ainda assim, a percepção de um mercado global sobreabastecido continua a limitar ganhos mais expressivos dos preços, segundo a Agência Reuters .
Petróleo Fecha O Ano Praticamente Inalterado
No fecho da sessão de 31 de Dezembro, os preços do crude registaram variações marginais. O Brent, referência internacional, fixou-se em torno de 61,92 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) encerrou próximo dos 57,95 dólares, reflectindo a hesitação dos investidores perante sinais contraditórios no mercado energético global, de acordo com dados citados pela Reuters .
Após uma subida superior a 2% na sessão anterior, impulsionada por acontecimentos geopolíticos, o mercado entrou numa fase de consolidação, típica do fecho de exercício, com investidores a ajustarem posições e a reduzirem exposição ao risco.
Rússia–Ucrânia E Médio Oriente Reforçam Prémio De Risco
As negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia registaram novos obstáculos, após acusações de Moscovo de um alegado ataque a uma residência presidencial russa, acusações estas rejeitadas por Kyiv. Este desenvolvimento reduziu as expectativas de um acordo iminente e contribuiu para a reintrodução de um prémio de risco nos preços do petróleo, segundo analistas citados pela Reuters .
Em paralelo, as tensões no Médio Oriente intensificaram-se, com ataques aéreos liderados pela Arábia Saudita no Iémen, elevando receios quanto à estabilidade regional. Apesar disso, analistas sublinham que, até ao momento, o impacto efectivo destes acontecimentos sobre os fluxos globais de crude permanece limitado.
Oferta Global Continua A Conter Subidas Dos Preços
Apesar do agravamento do risco geopolítico, a percepção de um mercado global sobreabastecido continua a actuar como travão a subidas mais expressivas dos preços do petróleo. Analistas citados pela Reuters referem que o crescimento da produção fora da OPEP, aliado a uma procura global moderada, deverá resultar num excesso de oferta no início de 2026.
Factores adicionais, como o bloqueio norte-americano às exportações de petróleo da Venezuela e a suspensão temporária de exportações do crude CPC Blend no Mar Cáspio devido a condições meteorológicas adversas, prestaram algum suporte aos preços, mas revelaram-se insuficientes para alterar de forma estrutural a trajectória do mercado .
Perspectivas Apontam Para Pressão Descendente Em 2026
O fecho de 2025 reforça a leitura de que os mercados energéticos entram em 2026 com um equilíbrio frágil entre riscos geopolíticos e fundamentos de oferta e procura. Analistas alertam que, caso o excesso de oferta se materialize, os preços do petróleo poderão enfrentar uma trajectória descendente no primeiro trimestre do próximo ano, apesar da persistência de focos de instabilidade geopolítica.
Fonte: O Económico






