Mercados Energéticos Globais: Petróleo Regista Segunda Alta Semanal com Trégua Comercial Entre EUA e China

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Destaques
• Preços sustentam-se com o abrandamento das tensões comerciais entre Washington e Pequim;
• Potencial regresso da oferta iraniana e excedente global limitam valorização;
• Analistas mantêm previsão de Brent a US$ 68 em 2025, abaixo do pico de 2024;
• AIE prevê aumento da oferta global em 380.000 bpd e excedente em 2025

Os preços do petróleo caminham para uma segunda semana consecutiva de ganhos, impulsionados pela trégua de 90 dias na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, embora as perspectivas de regresso da oferta iraniana e de um excedente global estejam a conter o entusiasmo do mercado.

Nesta sexta-feira, 16 de Maio, os futuros do Brent mantinham-se estáveis nos US$ 64,52 por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) subia ligeiramente para US$ 61,64, reflectindo uma relativa estabilidade nos mercados, após uma queda de mais de 2% na sessão anterior, influenciada pelas expectativas de um novo acordo nuclear entre os EUA e o Irão.

As declarações do Presidente norte-americano, Donald Trump, apontando que Teerão estaria “mais ou menos” de acordo com os termos propostos por Washington, alimentaram esperanças quanto ao levantamento de sanções, o que permitiria ao Irão retomar exportações mais expressivas, com um acréscimo estimado de 400.000 barris por dia.

Apesar das potenciais pressões sobre a oferta, os preços do Brent e do WTI acumulam uma valorização de cerca de 1% ao longo da semana. Este desempenho foi impulsionado pela pausa nas hostilidades comerciais entre as duas maiores economias e consumidoras de petróleo do mundo, EUA e China, que acordaram suspender tarifas e negociar durante três meses.

A Fitch Solutions, através da unidade BMI, manteve a sua previsão de preço médio para o Brent em US$ 68 por barril em 2025 e US$ 71 em 2026, uma redução face aos US$ 80 por barril previstos para 2024. Os analistas alertam, no entanto, que a incerteza sobre a política comercial a longo prazo continuará a limitar a margem de valorização do crude.

No plano estrutural, a Agência Internacional de Energia (AIE) reviu em alta a previsão de crescimento da oferta global em 2025, apontando para um acréscimo de 380.000 bpd, com destaque para a flexibilização dos cortes de produção da Arábia Saudita e de outros membros da OPEP+. A mesma entidade projeta ainda um excedente global para o próximo ano, apesar de uma ligeira revisão em alta da procura (mais 20.000 bpd).

A acompanhar estas dinâmicas, os investidores permanecem atentos a possíveis cortes nas taxas de juro pela Reserva Federal norte-americana, o que poderia estimular a actividade económica e, consequentemente, a procura de energia. Ainda assim, dados divulgados pela Administração de Informação de Energia dos EUA revelaram um aumento inesperado nas reservas de crude, sinalizando uma possível debilidade na procura interna.

Fonte: O Económico

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