Thursday, December 18, 2025
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Mercados Financeiros Sob Pressão: Tecnologia Arrasta Bolsas, Bancos Centrais Dominam Agenda Global

Resumo

Os mercados financeiros globais enfrentaram uma correção devido à queda dos títulos tecnológicos nos EUA, com o Nasdaq 100 a recuar 1,9% e a Nvidia a atingir o seu nível mais baixo desde Setembro. Esta pressão levantou preocupações sobre a sustentabilidade das avaliações ligadas à inteligência artificial. Na Ásia, as principais bolsas abriram em baixa, com o Nikkei 225 do Japão a cair 1,2%, o Kospi da Coreia do Sul 1,3% e o Hang Seng de Hong Kong 0,5%. O índice MSCI Asia-Pacífico (excluindo Japão) também cedeu 0,5%, refletindo um sentimento de cautela. Apesar disso, os futuros dos EUA mostraram sinais de estabilização, com ganhos moderados nos contratos do S&P 500 e do Nasdaq, após previsões encorajadoras da Micron Technology.

Tecnologia Volta a Ser o Epicentro da Correcção Global

Os mercados financeiros internacionais entraram esta quinta-feira, 18 de Dezembro, sob um ambiente de maior aversão ao risco, com a correcção dos títulos tecnológicos nos Estados Unidos a desencadear um movimento de ajustamento transversal às principais praças globais.

Segundo a Bloomberg, o Nasdaq 100 caiu 1,9% na sessão anterior, com a Nvidia a recuar 3,8%, atingindo o nível mais baixo desde Setembro, enquanto o S&P 500 perdeu 1,2%, quebrando a sua média móvel de 50 dias. A pressão sobre o sector tecnológico reacendeu o debate em torno da sustentabilidade das avaliações associadas ao boom da inteligência artificial.

Frank Thormann, gestor de fundos da Schroders Investment Management, citado pela Bloomberg, sublinha que os investidores continuam a enfrentar “uma divulgação limitada de receitas, lucros e fluxos de caixa directamente associados à IA”, alimentando dúvidas sobre a capacidade do sector justificar níveis elevados de investimento e despesa de capital.

Ásia Abre em Baixa, Contagiada por Wall Street

Este movimento teve reflexo imediato na Ásia. De acordo com a Reuters, todas as principais bolsas da região abriram em terreno negativo, com o Nikkei 225 do Japão a recuar 1,2%, o Kospi da Coreia do Sul a cair 1,3% e o Hang Seng de Hong Kong a perder 0,5%. O índice MSCI Asia-Pacífico (excluindo Japão) cedeu 0,5%, reflectindo um sentimento generalizado de cautela.

A pressão incidiu novamente sobre os títulos tecnológicos e expostos à cadeia de semicondutores, num contexto em que os investidores reavaliam o ritmo e a viabilidade dos investimentos em infra-estruturas de dados e inteligência artificial.

Ainda assim, os futuros norte-americanos apresentaram sinais de estabilização, com os contratos do S&P 500 e do Nasdaq a registarem ganhos moderados, após previsões consideradas encorajadoras por parte da Micron Technology, um dos principais fabricantes de memórias a nível global.

Bancos Centrais No Centro das Decisões de Investimento

A atenção dos mercados desloca-se agora para uma agenda densa de política monetária. Segundo a Reuters, o Banco de Inglaterra, o Banco Central Europeu, o Norges Bank e o Riksbank anunciam hoje as suas decisões, num contexto de crescente divergência entre economias avançadas.

No Reino Unido, a libra esterlina manteve-se sob pressão depois de a inflação ter surpreendido em baixa, praticamente consolidando as expectativas de um corte de juros por parte do Banco de Inglaterra. Já nos Estados Unidos, os investidores aguardam a divulgação dos dados de inflação de Novembro, considerados determinantes para calibrar as expectativas sobre o início do ciclo de flexibilização monetária em 2026.

Na Ásia, o foco está igualmente no Japão, onde cresce a expectativa de uma subida de taxas pelo Banco do Japão, potencialmente a mais elevada em três décadas, num sinal claro de normalização monetária após anos de política ultra-acomodatícia.

Ouro, Dívida e Petróleo Reflectem Reposicionamento Defensivo

Num ambiente de maior incerteza, os activos de refúgio voltaram a ganhar protagonismo. A Bloomberg refere que o ouro manteve-se próximo de máximos históricos, depois de ter subido 0,8% na sessão anterior, acumulando uma valorização anual próxima de dois terços, o melhor desempenho desde o final da década de 1970.

Os títulos do Tesouro norte-americano beneficiaram igualmente da procura defensiva, com a taxa da obrigação a 10 anos a recuar para cerca de 4,14%. Já no mercado petrolífero, o Brent ajustou ganhos, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter evitado escalar a retórica geopolítica num discurso recente, apesar do reforço das medidas contra exportações venezuelanas, segundo a Reuters.

Mercados Africanos Sentem Aumento da Aversão ao Risco

Embora menos líquidos e com menor integração directa nos fluxos globais de capitais, os mercados africanos não ficam imunes a este contexto. A Bolsa de Joanesburgo, principal praça do continente, tende a reflectir rapidamente o comportamento das commodities, do dólar e do sentimento global em torno do risco.

A correcção nas tecnológicas globais e a valorização dos activos de refúgio tendem a penalizar economias emergentes, num momento em que o fortalecimento do dólar e a incerteza sobre o crescimento global condicionam os fluxos para mercados de fronteira. Para países como Moçambique, os impactos fazem-se sentir sobretudo de forma indirecta, através do custo de financiamento, da taxa de câmbio e da evolução dos preços internacionais das matérias-primas.

Volatilidade Deve Persistir Até ao Final do Ano

Analistas citados pela Bloomberg alertam que a combinação entre liquidez reduzida de fim de ano, reavaliação das grandes tecnológicas e decisões de bancos centrais poderá prolongar a volatilidade nas próximas sessões. Fawad Razaqzada, analista da Forex.com, refere que “as mega-caps tecnológicas, que sustentaram grande parte do actual ciclo de alta, podem estar a perder a capacidade de carregar o mercado sozinhas”.

Num cenário em que os investidores procuram maior clareza sobre crescimento, inflação e política monetária, os mercados entram na recta final de 2025 com mais prudência do que entusiasmo, sinalizando um arranque de 2026 marcado por maior selectividade e disciplina na alocação de capital.

Fonte: O Económico

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