Mercados Reagem ao Acordo Comercial EUA-Japão

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Trump Reduz Tarifas e Garante Investimento de 550 Mil Milhões de Dólares dos Japoneses nos EUA

Acordo bilateral entre Washington e Tóquio abre portas a novos entendimentos comerciais; dólar permanece fraco, enquanto iene oscila com incertezas políticas no Japão.

Questões-Chave

• EUA e Japão firmam acordo que reduz tarifas de 25% para 15% sobre veículos japoneses;

• Japão compromete-se a investir 550 mil milhões de dólares nos Estados Unidos;

• Incerteza sobre política tarifária global mantém volatilidade no mercado cambial;

• Iene fortalece-se com anúncio do acordo, mas recua com iminente demissão do Primeiro-Ministro Ishiba;

• Negociações com a União Europeia são o próximo passo da Casa Branca.

O dólar norte-americano prolongou a sua trajectória de perdas esta quarta-feira, após o anúncio do ex-Presidente Donald Trump de um acordo comercial com o Japão que prevê cortes tarifários e uma promessa de investimento bilionário nipónico. A medida alimenta expectativas de novos acordos bilaterais, mas mantém o mercado cambial em compasso de espera quanto ao rumo da política comercial global.

O mercado cambial global permanece volátil após o anúncio de um acordo comercial entre os Estados Unidos e o Japão, revelado por Donald Trump através da rede Truth Social. A iniciativa contempla a redução de tarifas sobre veículos importados do Japão de 25% para 15% e a promessa de um volumoso investimento de 550 mil milhões de dólares por parte do Japão na economia norte-americana.

Este anúncio surge a escassos dias do prazo inicialmente estipulado para aplicação das tarifas adicionais, que seriam implementadas a 1 de Agosto. Trump, no entanto, optou por uma abordagem conciliatória, afirmando que a prioridade do seu governo é assegurar “a qualidade dos acordos comerciais” em detrimento da sua calendarização.

Para os analistas de mercado, o impacto imediato foi a continuação da desvalorização do dólar. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda frente a um cabaz de principais pares, registou uma descida contínua de três dias, situando-se em 97,48 — o seu nível mais baixo desde 10 de Julho — acumulando uma queda de 6,6% desde o anúncio inicial de tarifas em Abril.

A moeda japonesa, o iene, registou inicialmente uma valorização, atingindo o nível mais forte desde 11 de Julho (146,20 por dólar), antes de recuar para 146,92, influenciado pela notícia de que o Primeiro-Ministro Shigeru Ishiba planeia demitir-se no próximo mês, após a sua coligação ter perdido a maioria na câmara alta do parlamento.

O sector automóvel japonês e as importações de arroz dos EUA estiveram entre os temas mais delicados nas negociações. Com o acordo, o Japão compromete-se a abrir o mercado a veículos, camiões, arroz e outros produtos agrícolas norte-americanos. Em contrapartida, os veículos japoneses continuarão sujeitos a uma tarifa de 15%.

A nova conjuntura também beneficiou as moedas da região da Ásia-Pacífico. O dólar australiano subiu 0,19%, atingindo os $0.6568, e o dólar neozelandês ganhou 0,25%, fixando-se nos $0.60175. A libra esterlina manteve-se estável nos $1.3527, enquanto o euro recuou ligeiramente para $1.1737, ainda próximo de máximos de quatro anos.

O acordo com Tóquio poderá funcionar como modelo para futuras negociações, incluindo com a União Europeia. Trump revelou que representantes da UE estariam em Washington esta quarta-feira para avançar com novas conversações.

Contudo, persistem incertezas quanto à política monetária dos EUA, agravadas pela tensão entre Trump e o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, a quem o ex-presidente pediu a demissão. Scott Bessent, Secretário do Tesouro, adoptou uma postura mais branda, referindo que Powell não precisa de abandonar o cargo antes do fim do seu mandato em Maio.

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Com este novo pacto, Trump reafirma a sua estratégia de negociações bilaterais agressivas, ao mesmo tempo que pressiona os seus parceiros comerciais para concessões concretas. A resposta dos mercados indica que os investidores continuam cautelosos perante o cenário imprevisível da política externa norte-americana.

Fonte: O Económico

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