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Saturday, November 1, 2025
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Moçambicano cria plataforma de inteligência artificial nos EUA

Resumo

James Kachamila, um jovem moçambicano, está a ganhar destaque internacional na área da inovação com a sua plataforma de Inteligência Artificial, o Agente IA Nelima. Desenvolvida nos EUA, esta ferramenta promete resolver desafios operacionais e estratégicos em África, adaptando-se às especificidades locais. Kachamila pretende tornar a IA acessível e útil para as comunidades, promovendo a inclusão digital. O projeto enfrentou desafios, mas está em fase avançada de testes e desperta interesse de instituições académicas e startups. O jovem engenheiro vê a sua criação como um contributo para a soberania tecnológica africana, defendendo a produção local de conhecimento e inovação. Com planos de expansão para Moçambique e outros países africanos, Kachamila pretende criar ecossistemas de inovação e hubs tecnológicos para formar jovens e impulsionar o empreendedorismo digital.

Num mundo em rápida transformação digital, em que a Inteligência Artificial (IA) se tornou o motor de mudança em praticamente todos os sectores, um nome moçambicano começa a destacar-se no panorama internacional. James Kachamila, um jovem  natural de Moçambique apaixonado pela tecnologia, está a ser apontado como uma das novas vozes africanas na área da inovação. A sua mais recente criação, uma plataforma de Inteligência Artificial desenvolvida nos Estados Unidos, promete revolucionar a forma como empresas, governos e instituições enfrentam desafios operacionais e estratégicos, tanto em África como fora dela.

A génese do projecto nasceu da experiência pessoal de Kachamila, que, ao longo do seu percurso académico e profissional, constatou a falta de soluções tecnológicas adaptadas à realidade africana. “A maior parte das ferramentas digitais disponíveis no mercado são desenhadas com base em contextos e necessidades de países desenvolvidos. Muitas vezes, quando chegam a África ou Moçambique, não funcionam como deviam, porque não respondem às nossas especificidades”, explica o jovem inovador.

Foi com este pensamento que, durante os seus estudos nos Estados Unidos, James decidiu criar o Agente IA Nelima, uma plataforma de Inteligência Artificial concebida para interpretar e processar dados locais, automatizar tarefas e apoiar decisões estratégicas em áreas cruciais como a agricultura, a educação, a saúde e a administração pública.

“Acredito que a tecnologia deve servir as pessoas, não o contrário. O meu objectivo é tornar a IA acessível e útil para resolver problemas concretos das nossas comunidades”, afirma Kachamila.

O percurso até ao desenvolvimento da plataforma foi marcado por desafios financeiros, técnicos e logísticos, mas também por uma determinação inabalável. James começou o projecto com poucos recursos, trabalhando em bibliotecas e laboratórios universitários, juntamente com os seus colegas. 

Hoje, o Agente IA Nelima está em fase avançada de testes e já desperta o interesse de instituições académicas e startups tecnológicas que procuram integrar soluções inteligentes nos seus sistemas. A plataforma combina aprendizagem automática, processamento de linguagem natural e análise de dados preditiva, oferecendo respostas em tempo real a problemas de gestão e planeamento.

“Estamos a desenvolver algoritmos capazes de compreender o contexto linguístico e cultural. Queremos que as pessoas possam interagir com a plataforma em português, inglês ou mesmo em línguas locais, o que permitirá uma maior inclusão digital, sobretudo em nações pouco digitalizadas”, destaca Kachamila.

Mais do que uma conquista pessoal, James Kachamila vê o seu projecto como um contributo para o fortalecimento da soberania tecnológica africana. Em sua visão, África deve deixar de ser apenas consumidora de tecnologias estrangeiras e passar a produzir conhecimento e inovação.

“Temos jovens talentosos, com ideias brilhantes, mas faltam recursos e oportunidades. Se conseguirmos criar ecossistemas de inovação no continente, poderemos usar a tecnologia para resolver os nossos próprios desafios, desde a gestão de recursos naturais até à melhoria dos serviços públicos”, defende o engenheiro.

Neste sentido, Kachamila planeia expandir o projecto para Moçambique e outros países africanos, através de parcerias, mais investigação e governos locais. O objectivo é criar laboratórios de IA e hubs de inovação tecnológica que permitam formar jovens e fomentar o empreendedorismo digital.

De Maputo para o mundo, o jovem engenheiro prova que a inovação não tem nacionalidade e que a Inteligência Artificial pode, sim, ter sotaque moçambicano.

Fonte: O País

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