Moçambique aposta no hidrogénio verde para diversificar matriz energética e impulsionar exportações

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A Electricidade de Moçambique (EDM) e o Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW) assinaram, esta sexta-feira, em Maputo, um conjunto de acordos de financiamento no valor de 500 mil euros, destinados à realização de estudos de mercado para o desenvolvimento do Projecto de Hidrogénio Verde em Moçambique.

A iniciativa, enquadrada na Estratégia Nacional de Transição Energética e na visão estratégica da EDM (2018–2028), visa posicionar Moçambique como um actor emergente na cadeia global de produção e exportação de hidrogénio verde e seus derivados, como o oxigénio e a amónia — com especial destaque para a indústria de fertilizantes.

Segundo o Embaixador da Alemanha em Moçambique, Ronald Münch, o país reúne condições naturais excepcionais para liderar neste domínio:

“Moçambique dispõe de abundantes recursos hídricos, solares e eólicos, que criam um ambiente altamente favorável para a produção de hidrogénio verde. Esta aposta pode impulsionar não só a diversificação energética, como também o emprego e o desenvolvimento industrial local.”

Estudo técnico e económico arranca este ano

O financiamento assegurado será utilizado para contratar consultores especializados através de um concurso internacional, com vista à realização de um estudo de viabilidade técnica e económica, com duração prevista entre seis a nove meses.

A Directora Nacional de Energia, Marcelina Mataveia, referiu que este trabalho permitirá avaliar o real potencial do país neste novo segmento energético, assegurando não apenas o reforço da oferta doméstica de energia firme, mas também explorando oportunidades de exportação.

“Estamos a estudar todo o ciclo produtivo, incluindo o aproveitamento dos subprodutos do hidrogénio verde, como a amónia, essencial para a fertilização agrícola e a indústria química.”

Tecnologia limpa com ambição global

O Presidente do Conselho de Administração da EDM, Eng.º Joaquim Ou-chim, destacou que esta é uma tecnologia nova para o país, mas alinhada com os compromissos globais em matéria de sustentabilidade e descarbonização.

“Trata-se de uma tecnologia amiga do ambiente. Com base nos resultados do estudo, Moçambique poderá integrar-se num mercado energético global em transformação, ao mesmo tempo que cumpre metas nacionais de acesso universal à energia até 2030.”

Cooperação estratégica e visão partilhada

A parceria entre a EDM e a KfW reforça a cooperação entre Moçambique e a Alemanha no sector energético, e está directamente alinhada com a Agenda 2030 das Nações Unidas e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, nomeadamente os que dizem respeito à energia limpa, acção climática e crescimento económico sustentável.

A KfW é reconhecida como um dos maiores bancos de fomento do mundo, com uma longa trajectória de apoio a projectos com impacto social, ambiental e económico.

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Com esta aposta no hidrogénio verde, Moçambique abre uma nova frente na sua estratégia energética, alavancando recursos naturais renováveis, cooperação internacional de qualidade e visão estratégica de futuro. O país poderá não apenas garantir uma matriz energética mais limpa e resiliente, mas também emergir como fornecedor global de energia verde, num momento em que o mundo acelera a transição para economias descarbonizadas.

Fonte: O Económico

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