Indústria, agro-indústria e turismo concentram maior volume de investimentos, com realce para o Parque Industrial de Dondo e o reforço das Zonas Económicas Especiais.
Moçambique aprovou, apenas no primeiro semestre de 2025, projectos de investimento no valor de mais de 4,2 mil milhões de dólares, confirmando sinais de retoma económica e de maior interesse do sector privado. A informação foi avançada pelo Director-Geral da Agência para a Promoção de Investimento e Exportações (APIEX), Gil Bires, em entrevista à AIM, durante o Fórum de Negócios África do Sul–Moçambique, realizado à margem da FACIM2025.
Segundo Gil Bires, o desempenho do primeiro semestre revela uma tendência sólida de crescimento e reposicionamento da economia moçambicana. “Estamos a receber cada vez mais propostas de investimento, incluindo projectos estruturantes com grande impacto para a economia nacional. Os sinais são claros: com esta retoma da economia, os fluxos de investimento tendem a aumentar”, afirmou o dirigente.
Entre os projectos em destaque figura o Parque Industrial de Dondo, considerado uma das iniciativas mais relevantes pela sua dimensão e potencial de dinamização produtiva e logística. Outros investimentos relevantes incidem sobre o turismo e a agro-indústria, sectores com forte capacidade de criação de valor e emprego.
O Director-Geral da APIEX sublinhou igualmente a importância das Zonas Económicas Especiais (ZEE), com destaque para Nacala, a primeira do género em Moçambique, hoje consolidada como “um pólo industrial de referência, com mais de 100 empresas em operação”. Para Bires, estas áreas desempenham um papel determinante na diversificação da economia e no fortalecimento do tecido empresarial.
O Fórum de Negócios África do Sul–Moçambique, realizado no quadro da FACIM2025, reforçou a parceria estratégica entre os dois países. A África do Sul mantém-se como o maior parceiro comercial de Moçambique, com trocas anuais superiores a dois mil milhões de dólares. O comércio bilateral reflecte a proximidade geográfica e os laços históricos, sendo impulsionado por produtos-chave como o alumínio da Mozal, responsável por 40% das exportações moçambicanas para o país vizinho, energia eléctrica da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, além de produtos agrícolas (algodão, açúcar, tabaco) e minerais como titânio e gemas.
Com parques industriais em expansão, corredores logísticos estratégicos e recursos agrícolas abundantes, Moçambique apresenta-se como um destino cada vez mais atractivo para investidores regionais e internacionais. “Convido todos a visitarem as nossas zonas económicas especiais, conhecerem os projectos em curso e interagirem com os empresários locais. Só assim é possível perceber o real potencial do nosso país”, desafiou Gil Bires.
Fonte: O Económico