Por: Alda Banze
Cinquenta anos depois da proclamação da independência nacional, o Estádio da Machava voltou a ser palco de um momento histórico. A emblemática arena acolheu, esta quarta-feira, as cerimónias centrais do cinquentenário da independência de Moçambique, numa celebração presidida pelo Chefe de Estado, Daniel Chapo.
A Revista Tempo, que acompanhou os acontecimentos de 25 de Junho de 1975, marcou novamente presença no local, reforçando o simbolismo da data e do espaço. O evento foi assinalado pela chegada oficial da Chama da Unidade, símbolo de unidade nacional, que percorreu todas as províncias do país desde o início do ano, culminando na capital.
A cerimónia reuniu milhares de cidadãos, representantes de diversas instituições e delegações estrangeiras, num ambiente de exaltação patriótica e reflexão sobre o percurso histórico do país. O Presidente da República destacou, no seu discurso, a importância da unidade nacional como pilar da soberania e do desenvolvimento.
As celebrações, contaram com a presença de representantes de vários países amigos de Moçambique. Entre os convidados de honra destacou-se a Presidente da República da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, cuja participação simbolizou o reforço dos laços históricos entre os dois países, forjados durante a luta de libertação.
Durante o seu discurso, o Presidente da República, Daniel Chapo, traçou a visão estratégica do país para os próximos anos, centrada na consolidação das bases rumo à independência económica. Sublinhou que “nenhum moçambicano deve passar fome por falta de alimentação adequada”, defendendo políticas que garantam segurança alimentar, inclusão social e desenvolvimento sustentável.
A cerimónia, marcada por momentos de forte carga simbólica, como a chegada da Chama da Unidade, reafirmou o compromisso do Estado com a coesão nacional e o progresso coletivo. O evento reuniu milhares de cidadãos, líderes políticos e delegações internacionais, num ambiente de celebração e reflexão sobre o percurso de Moçambique desde 1975.
“Este é o compromisso que vamos honrar, por mais desafiante que seja. Queremos um Moçambique com a sua população saudável, suficientemente capacitada, em especial a juventude e a mulher, participando de forma activa na criação da riqueza e prosperidade para as famílias e para o país,” afirmou.
Durante as cerimónias centrais do cinquentenário da independência nacional, realizadas esta quarta-feira no Estádio da Machava, o Presidente da República, Daniel Chapo, reafirmou o compromisso do Governo com a construção de instituições públicas mais robustas, desburocratizadas e livres de corrupção. No seu discurso, o Chefe de Estado destacou a urgência de combater com firmeza o crime organizado, sublinhando que a integridade das instituições é essencial para o desenvolvimento sustentável do país.
Um dos momemtos marcantes da celebração, foi anunciado que o Estádio da Machava passará a chamar-se Estádio da Independência Nacional, em homenagem ao local onde, a 25 de Junho de 1975, foi proclamada a independência de Moçambique. A decisão visa preservar a memória histórica e reforçar o sentimento de unidade nacional.
O Presidente Chapo aproveitou ainda a ocasião para fazer um balanço dos 50 anos de independência, destacando os avanços registados em sectores-chave como a educação e a saúde. Sublinhou que, apesar dos desafios, o país tem feito progressos significativos na melhoria das condições de vida da população, apelando à continuidade dos esforços para consolidar as conquistas alcançadas.
“Em 1975, Moçambique contava apenas com três institutos de nível médio. Em 2025, temos 245. Passamos de uma única universidade, a então Universidade de Lourenço Marques, hoje Universidade Eduardo Mondlane, para 60 instituições de ensino superior. De cinco escolas secundárias, para 2.504. E na saúde, subimos de 120 hospitais para 1.700 unidades sanitárias, e de 10 mil camas hospitalares para 30 mil,” enumerou.
Durante o seu discurso o Presidente Chapo, evocou as marcas profundas deixadas pela guerra civil de 16 anos, que vitimou mais de um milhão de moçambicanos. Reafirmou o compromisso inabalável do país com a paz e a reconciliação nacional, condenando veementemente todas as formas de violência, incluindo o terrorismo, os raptos, o tráfico de drogas e as manifestações violentas.
A ocasião foi também marcada pela condecoração de várias personalidades e instituições que se distinguiram pelo seu contributo em áreas-chave como a saúde, a preservação da paz, a luta pela independência, o combate à pobreza, a defesa da pátria, o setor agropecuário, bem como nas artes e letras.
As celebrações centrais do jubileu assumiram um forte caráter cultural e patriótico, reafirmando os valores fundacionais da independência, da unidade nacional e da construção de um futuro mais justo, inclusivo e próspero para todos os moçambicanos.