Lula da Silva chegou à Presidência da República na manhã desta segunda-feira. Era o segundo aperto de mão entre os estadistas moçambicano e brasileiro, no âmbito da visita de dois dias que Lula da Silva efectuou a Moçambique, marcando cinco décadas de relações de irmandade e cooperação.
Chapo convidou o seu homólogo para um encontro privado, para depois dirigir um encontro bilateral, com a participação das delegações dos dois países, um encontro que resultou na assinatura de nove instrumentos jurídicos, com destaque para as áreas de desenvolvimento, saúde, educação e aviação civil, formação jurídica, diplomacia, investigação e produção resiliente agro-florestal, governança e desenvolvimento.
“Nós, em Moçambique, ainda estamos com o desafio da segurança alimentar. Sabemos muito bem que o nosso país-irmão, Brasil, passou por isso, mas hoje o Brasil passou de um país importador para um país exportador, e nós queremos essa experiência. Na área de transporte e logística, para os nossos corredores de desenvolvimento, na nossa economia, recursos minerais e energia, infra-estruturas, saúde e principalmente na área de recursos minerais, hidrocarbonetos, a questão relacionada com a exploração do gás e a experiência que a Petrobras tem e os nossos irmãos brasileiros”, disse Chapo.
Para Lula da Silva, a sua presença em Moçambique deve representar a retoma dos investimentos no país que considera irmão.
“Estamos investindo no Brasil, no fortalecimento do nosso complexo industrial de saúde. Isso nos permitirá participar novamente da produção de fármacos e medicamentos em Moçambique. Ninguém melhor do que o Brasil para contribuir também com a segurança alimentar de Moçambique. Com tecnologia adequada, é possível ampliar a produtividade da savana africana sem comprometer o meio ambiente”, referiu.
A protecção florestal, transição energética e o crime organizado são outras áreas consideradas estratégicas para a troca de experiências.
“O Ministério da Educação e a Agência Brasileira de Cooperação oferecerão, em 2026, até 80 vagas para cursos de formação de formadores em ciências agrárias e até 400 vagas para cursos técnicos em agro-pecuária a colaboradores moçambicanos. A política federal brasileira é reconhecida internacionalmente por sua capacidade de rastrear activos ilícitos e combater a lavagem de dinheiro. Ela está à disposição para compartilhar sua experiência e ampliar sua colaboração com Moçambique. É fundamental, também, aumentar o conhecimento mútuo entre nossos povos. A educação e a cultura são as melhores ferramentas para cultivar nossos laços”.
Da Silva terminou afirmando que o Brasil está pronto para trabalhar com Moçambique