Por: Alfredo Júnior
De acordo com o relatório de actividades publicado em Abril deste ano pela Federação Humana People to People, a organização investiu, ao longo de 2024, cerca de 1 milhão de dólares em 11 projectos implementados em Moçambique e na Guiné-Bissau. A informação foi recentemente reforçada através de um comunicado citado pela imprensa moçambicana, que dá conta da actuação da entidade nas áreas da saúde, educação, agricultura sustentável e desenvolvimento comunitário.
Em Moçambique, os projectos abrangeram as províncias de Nampula, Zambézia e Maputo, com destaque para a iniciativa “Transform Nutrition”, que visa combater a desnutrição entre mulheres grávidas, adolescentes e crianças menores de dois anos. Este projecto, que conta também com o apoio da USAID, beneficiou mais de 240 mil crianças em 2023 e continua activo, integrando-se nos programas de nutrição comunitária em zonas rurais do país.
Outro foco importante da actuação da Humana no território moçambicano é a agricultura sustentável, com o envolvimento de associações comunitárias, têm sido promovidas acções de formação em práticas agrícolas resilientes, fornecimento de insumos e introdução de tecnologias simples, com o objectivo de aumentar a produtividade e garantir segurança alimentar local.
Na Guiné-Bissau, parte dos fundos foram alocados ao programa TCE (Total Control of the Epidemic) voltado ao combate ao HIV/SIDA.A iniciativa abrange regiões como Bissau, Mansoa, Gabú e Buba, e trabalha directamente com as Forças Armadas e as suas famílias. O projecto inclui actividades de sensibilização, testagem voluntária e encaminhamento para cuidados médicos, sendo considerado uma das principais frentes de combate ao vírus naquele país.
Em paralelo, também decorrem acções de formação técnica e apoio ao ensino profissional na Guiné-Bissau, com base no modelo dos centros TVET. Estes programas têm como finalidade criar oportunidades de educação e emprego, especialmente entre os jovens.
Apesar dos resultados divulgados, a organização tem sido alvo de críticas por parte de instituições e analistas independentes, que apontam fragilidades na transparência e na gestão dos fundos arrecadados através da venda de roupa usada na Europa. Estimativas sugerem que apenas uma parte reduzida dos recursos chega efectivamente aos países beneficiários. A Humana reconhece os desafios e afirma estar a reforçar os seus mecanismos de prestação de contas e acompanhamento.
O relatório agora divulgado mostra que, em 2024, a Humana teve uma presença activa nos dois países africanos, apostando em projectos de base comunitária com impacto directo na vida das populações. Em Moçambique, a continuidade destas acções dependerá da manutenção de parcerias locais, da mobilização de recursos e da capacidade de gerar resultados sustentáveis a médio e longo prazo.