Acordo assinado entre os Presidentes Daniel Chapo e Hakainde Hichilema prevê o desenvolvimento do posto fronteiriço de Cassacatiza, em Tete, para acelerar o comércio bilateral e impulsionar os corredores logísticos regionais.
Moçambique e Zâmbia formalizaram o acordo para o estabelecimento de uma fronteira de paragem única, a ser implementada em Cassacatiza, província de Tete, no lado moçambicano, e em Chanida, no território zambiano.
O objectivo é acelerar o comércio transfronteiriço, reduzir custos de transporte e fortalecer as ligações entre as duas economias, num passo considerado estratégico para a integração regional da África Austral.
Facilitar o Comércio e Aumentar a Competitividade
O novo posto fronteiriço de Cassacatiza enquadra-se na política de modernização dos corredores de transporte e comércio, adoptada pelo Governo de Moçambique.
O acordo, assinado durante a visita de trabalho do Presidente Daniel Chapo à Zâmbia, representa um avanço concreto na eliminação de barreiras logísticas e burocráticas que têm limitado o potencial do comércio entre os dois países.
A medida visa não apenas simplificar os procedimentos aduaneiros e alfandegários, mas também aumentar a fluidez do trânsito de bens e pessoas, reduzindo tempos de espera e custos operacionais nas fronteiras.
De acordo com as autoridades, o projecto contribuirá para uma maior arrecadação fiscal e para o aumento da competitividade dos corredores logísticos moçambicanos, sobretudo face a portos concorrentes na região.
Corredores Estratégicos e Parcerias Regionais
Na ocasião, Daniel Chapo sublinhou que o projecto Cassacatiza–Chanida se enquadra num plano mais vasto de integração económica regional, que inclui a requalificação das infra-estruturas fronteiriças de Machipanda (Manica) e o fortalecimento dos corredores da Beira e de Nacala.
Segundo o Chefe de Estado, Moçambique pretende transformar os corredores em plataformas competitivas de exportação, atraindo investimento privado e criando emprego.
Por seu lado, o Presidente Hakainde Hichilema destacou que as relações bilaterais com Moçambique ultrapassam o plano político, englobando projectos conjuntos nos sectores da energia, mineração e transportes.
Hichilema realçou que o modelo de paragem única é uma oportunidade para estimular a industrialização e o comércio regional, além de impulsionar a cooperação no domínio da infra-estrutura eléctrica e logística.
Infra-estruturas e Impacto Económico Regional
As obras de modernização incluem a construção de novas vias de acesso, melhorias nos terminais logísticos e projectos de digitalização aduaneira.
O Ministério dos Transportes e Logística confirmou que a execução do projecto será feita em regime de parceria público-privada (PPP), atraindo capital privado para reduzir custos de investimento público.
A criação da fronteira de paragem única deverá contribuir para o crescimento do volume de comércio bilateral, actualmente estimado em cerca de 250 milhões de dólares anuais, e estimular as cadeias de valor regionais ligadas ao agro-negócio, energia e mineração.
A simplificação de fronteiras é vista como factor multiplicador para pequenas e médias empresas que operam nos corredores logísticos e de transporte.
Integração Económica como Pilar de Crescimento
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>A aposta conjunta de Moçambique e Zâmbia em infra-estruturas logísticas demonstra a mudança de paradigma económico na região — da dependência de exportações isoladas para uma lógica de integração produtiva e circulação regional.
Para além da facilitação do comércio, a paragem única Cassacatiza–Chanida poderá servir de modelo para outras fronteiras moçambicanas, reforçando a posição do país como hub logístico e energético na África Austral.
Fonte: O Económico






