Moçambique Espera Novo Recorde na Pesca em 2025 com Impacto Directo em 400 Mil Pessoas

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Moçambique poderá atingir um novo recorde de produção pesqueira em 2025, com mais de 548 mil toneladas, impulsionado sobretudo pela pesca artesanal, que emprega directamente quase 400 mil pessoas em todo o país, segundo dados oficiais. O sector consolida-se como um dos mais relevantes para a segurança alimentar, geração de rendimento e dinamização das economias locais.

A pesca em Moçambique não é apenas uma actividade económica — é uma âncora de subsistência, nutrição e identidade para centenas de milhares de moçambicanos. Com previsões que apontam para um recorde de produção de mais de 548 mil toneladas em 2025, o sector continua a demonstrar o seu papel estratégico enquanto pilar do desenvolvimento económico inclusivo e sustentável.

O destaque vai para a pesca artesanal, que deverá atingir 514.204 toneladas, cerca de 94% da produção total prevista, alimentada por uma base de quase 400 mil operadores que actuam em águas interiores e marítimas, com mais de 42 mil embarcações activas, segundo os dados do Censo CEPAA 2022. Estes números demonstram não apenas a capilaridade territorial da actividade, mas também a sua relevância para a coesão social e a redução da pobreza nas comunidades costeiras e ribeirinhas.

A pesca comercial deverá crescer 20% em 2025, atingindo 23.587 toneladas, um sinal do potencial do país para modernizar e expandir cadeias de valor, com destaque para espécies como o kapenta, que por si só representa quase um terço da produção comercial. A aquacultura, ainda em desenvolvimento, projeta-se como um segmento emergente, com crescimento de 5%, alcançando 10.298 toneladas — evidência de que a diversificação tecnológica pode vir a alavancar o sector para novos patamares de produtividade.

Impactos Económicos e Desenvolvimento Local

O sector das pescas, especialmente o segmento artesanal, gera rendimento para centenas de milhares de famílias, impulsiona mercados informais e abastece cadeias de comércio local, regional e nacional. É igualmente uma fonte crucial de proteína animal e elemento central da dieta de vastas camadas da população.

Em termos macroeconómicos, a pesca contribui para o PIB agrícola, ajuda a mitigar os défices da balança alimentar e tem potencial para gerar exportações de alto valor, sobretudo se aliada à transformação industrial e ao cumprimento de normas sanitárias e ambientais internacionais.

Desafios e Perspectivas

Apesar do seu peso, o sector continua a enfrentar desafios estruturais como a falta de infra-estruturas de conservação, a limitação do acesso ao crédito, a pressão sobre os ecossistemas marinhos, e, em algumas zonas, restrições de segurança (como no Norte de Cabo Delgado). No entanto, o reforço da governação pesqueira, a promoção da aquacultura sustentável, a formalização do comércio e a ligação com mercados regionais e internacionais constituem oportunidades tangíveis para o seu crescimento estruturado.

Fonte: O Económico

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