O financiamento, enquadrado na iniciativa internacional Keystone da Fundação Rob Walton, vai apoiar oito áreas de conservação prioritárias e fortalecer a gestão sustentável da biodiversidade em Moçambique.
Moçambique vai mobilizar 51,6 milhões de euros (cerca de 60 milhões de dólares) para o financiamento de oito áreas de conservação integradas na Rede Nacional das Áreas de Conservação (RNAC), no âmbito da Iniciativa Keystone, liderada pela Fundação Rob Walton. O objectivo é reforçar a preservação da biodiversidade, a gestão sustentável dos recursos naturais e a resiliência ecológica dos ecossistemas nacionais.
Financiamento Internacional e Parceria Estratégica
A informação foi avançada pela Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), que detalha que o financiamento será canalizado para oito espaços protegidos prioritários: a Reserva Especial do Niassa, o Parque Nacional da Gorongosa, o Parque Nacional de Magoe e Paisagem de Tchuma Tchato, o Parque Nacional de Zinave, o Parque Nacional de Banhine e o Parque Nacional do Gilé.
O director-geral da ANAC, Pejul Calenga, afirmou que está em curso a finalização do memorando de entendimento entre o Governo moçambicano e a fundação, que permitirá operacionalizar o apoio financeiro.
“Este financiamento enquadra-se na iniciativa Keystone, liderada pela Fundação Rob Walton, que visa apoiar áreas protegidas vitais para a conservação da biodiversidade em África”, explicou Calenga.
Gestão Sustentável e Fortalecimento Institucional
A Iniciativa Keystone surge como um modelo inovador de parceria internacional, combinando financiamento filantrópico, cooperação técnica e governação ambiental. O programa visa melhorar a capacidade de gestão das áreas de conservação, reforçar a presença de fiscais e investigadores e garantir mecanismos sustentáveis de financiamento de longo prazo.
A Fundação Rob Walton, criada em 2016 e sediada em Bentonville, Arkansas (EUA), é uma organização sem fins lucrativos que financia projectos de solidariedade e preservação ambiental em várias regiões do mundo.
Com este apoio, Moçambique reforça o seu compromisso com as metas globais de biodiversidade, incluindo os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 13, 14 e 15) e as Metas de Kunming-Montreal sobre conservação da natureza.
Gestão da Rede Nacional de Conservação e o Desafio da Sustentabilidade
A Rede Nacional das Áreas de Conservação (RNAC) representa 26% do território nacional, abrangendo 19 parques e reservas nacionais, 20 coutadas oficiais e diversas paisagens e corredores ecológicos sob monitorização da ANAC.
Estas áreas são consideradas activos naturais estratégicos, essenciais para a regulação climática, preservação da fauna e flora endémicas, gestão da água e promoção do ecoturismo sustentável.
Com o novo financiamento, prevê-se o reforço das infra-estruturas de monitorização, expansão da investigação científica e criação de mecanismos de co-gestão com as comunidades locais, promovendo benefícios partilhados e inclusão social.
Capital Natural e Oportunidades Económicas Emergentes
Para além da sua importância ecológica, a rede de conservação desempenha um papel económico estratégico no país. O ecoturismo e os serviços ambientais associados às áreas protegidas têm potencial para gerar receitas, emprego e investimento privado, sobretudo nas províncias de Sofala, Gaza, Manica e Niassa.
<
p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>A consolidação destas iniciativas posiciona Moçambique como referência africana em conservação integrada e desenvolvimento sustentável, reforçando o equilíbrio entre preservação ambiental e crescimento económico inclusivo.
Fonte: O Económico