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Wednesday, December 24, 2025
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MOÇAMBOLA UNE E GERA IMPACTOS A VÁRIOS NÍVEIS

Resumo

O ano de 2025 chega ao fim com memórias emocionantes para os fãs de futebol em Tete, Moçambique, com duas equipas a competir no Moçambola e a União Desportiva do Songo a conquistar o título. A província de Tete, conhecida como "terra dos 6 C’s", passa a ser dos "7 C’s" com a inclusão do "C" de campeão nacional. As emoções do campeonato foram vividas não só na vila do Songo, mas também em Tete e Moatize, devido ao regresso do Chingale à competição. Os adeptos desfrutaram de mais jogos de futebol, antes limitados aos "campeonatos provinciais". A competição próxima da capital provincial trouxe entusiasmo aos fãs, com o Chingale a dar alegrias e a UDS a compensar nos momentos difíceis, culminando na vitória do campeonato. Os campos da HCB e Municipal 25 de Setembro tornaram-se pontos de encontro animados para os adeptos.

O ano 2025 caminha para a recta final e ficam, para os amantes do desporto-rei em Tete, memórias de voltar a viver as emoções de ter duas equipas a evoluírem no Moçambola, a maior prova futebolística nacional, e o orgulho da conquista do título da competição através da União Desportiva do Songo (UDS).

Como que a evidenciar que o Moçambola transcende o ramo desportivo de que faz parte, pela sua natureza, actualmente a província de Tete, conhecida por ser “terra dos 6 C’s” — Carvão, Calor, Capenta, Cahora-Bassa, Cabrito e Chicoa — passou a ser de 7 C’s, com a inclusão do “C” de campeão nacional na lista das riquezas que orgulham a população baseada neste ponto do país.

Se antes as emoções desta prova eram vividas mais intensamente na vila do Songo, por ser a base da UDS, neste ano, com o regresso do Chingale, foram igualmente experimentadas nas cidades de Tete e Moatize. Com duas equipas na competição, os amantes do futebol tiveram, em quase todos os fins-de-semana e não só, jogos da prova para ver, cenário que não se vivia antes, facto que levava o público destas duas urbes a recorrer aos “campeonatos provinciais” para “matar a sua sede pelo futebol”.

Jorge Campira, adepto do Chingale, afirmou que a disputa do campeonato mais próxima da capital da província trouxe outro alento para os amantes do desporto, sobretudo pelo facto de os “canarinhos” terem iniciado a prova a dar alegrias e, nos seus momentos menos bons, a UDS ter compensado. “Tínhamos muita vontade de ver a nossa equipa a medir forças com equipas de outras províncias. Este ano, esse desejo foi satisfeito e ficámos ainda mais felizes porque, apesar de termos terminado o campeonato meio a tremer, a UDS, que também gosto, ganhou o campeonato”, manifestou.

A “sede” foi atestada pela transformação dos campos da HCB, no Songo, e Municipal 25 de Setembro, em Moatize, em pontos de encontro para os amantes do futebol, que preenchiam quase sempre por completo as bancadas. Associado a isto, por mover massas, estes locais tornaram-se pontos de negócio em dias de jogo, sobretudo para famílias de renda baixa e média, assim como dinamizaram o ramo do transporte semi-colectivo, pois muita gente saía da cidade de Tete para ir assistir aos jogos do Chingale, em Moatize.

CHAPEIROS DUPLICARAM RECEITAS

O cobrador, que prefere identificar-se apenas por Magrelo, como é conhecido na praça da rota Cidade de Tete/Moatize, revelou que, nos dias de jogo do Chingale, por exemplo, duplicavam as “receitas”, pois muito cedo levavam as pessoas para o campo, em Moatize, e no final do dia havia muita gente a regressar.

Sabe-se, por exemplo, que nos primeiros jogos em que o Chingale apresentava um desempenho positivo eram vendidos cerca de 1.000 a 1.200 bilhetes, dos aproximadamente 1.500 produzidos para cada jogo. Importa esclarecer, porém, que o Municipal 25 de Setembro acabava sempre por registar números superiores, chegando a “rebentar pelas costuras”, pois havia muita gente que recorria a meios clandestinos para entrar sem pagar bilhete.

CAMPEONATO DE RECORDES,

QUEDAS E REVELAÇÕES

A experiência de realizar um Moçambola com 14 equipas — que anos atrás era disputado por 12, aumentando em resposta a um pedido antigo com vista a incrementar a competitividade — deu, desde cedo, sinais de que seria desafiante, com um nascimento “à cesariana” em Maio de 2025, ao contrário da edição anterior, que arrancou em Abril.

Dentro do relvado, porém, não faltou espectáculo e muito menos emoção, proporcionados por belas partidas de futebol e inúmeros golos. Ao fim de nove jornadas, por exemplo, já tinham sido marcados 112 golos, mais 14 em relação à edição anterior. O pé quente dos avançados manteve-se, tanto mais que a prova terminou este ano com 327 golos, contra 295, em 2024.

O recorde, todavia, foi proporcionado pelo campeão nacional que, depois de iniciar mal a prova, recuperou a tempo de assumir a liderança na oitava jornada, a 10 de Agosto de 2025, ao vencer o Textáfrica por 2-1, em Chimoio, na província de Manica. Os “hidroeléctricos” somaram uma sequência de 17 vitórias consecutivas, levando a equipa a conquistar o campeonato a cinco jornadas do fim.

O treinador-adjunto da UDS, Victor Matine, que havia anunciado o início da “maratona” em Chimoio — uma colocação que animou a competição no “jogo de palavras” — considerou que a conquista do título com este recorde foi fruto do trabalho que vinham desenvolvendo, honrando, desta forma, a grandeza do clube. O capitão Dominguez, por sua vez, optou por sublinhar que os adeptos mereciam uma conquista deste género.

Em termos de desempenho, equipas como o Costa do Sol e o Ferroviário de Nampula registaram quedas assinaláveis. Os “canarinhos”, habituais candidatos ao título, haviam terminado a época anterior no terceiro lugar, com 34 golos marcados e 17 sofridos, mas este ano terminaram em sétimo, com 17 golos marcados e 16 sofridos. Já os “locomotivas” de Nampula caíram do quinto para o 11.º lugar, próximos dos lugares de despromoção.

O Ferroviário da Beira e o Baía de Pemba foram as equipas que melhoraram a sua classificação de forma destacada. Os “locomotivas do Chiveve” subiram do sexto para o terceiro lugar, enquanto o Baía ascendeu do décimo para o sexto lugar. O presente Moçambola revelou, igualmente, novas estrelas com as quais a Selecção Nacional, os “Mambas”, poderá contar nos próximos tempos, como é o caso do avançado Ângelo Cantolo, do Chingale, que chegou a ser convocado e, fruto do seu desempenho, assinou um novo contrato, devendo, no próximo ano, representar a ABB.

Fonte: Jornaldesafio

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