Chuva persistente, acompanhada de temperaturas muito baixas. Num duelo entre emblemas que quase cruzam o território de Portugal continental, o embate entre Moreirense e Farense teve nas condições climatéricas um prenúncio: terminou com um empate amorfo sem golos.
As duas equipas anularam-se em Moreira de Cónegos, com os pupilos de César Peixoto e Tozé Marreco a não encontrarem o caminho do golo, ainda que com dois lances de frisson na segunda metade. O Moreirense viu um golo ser-lhe anulado e um penálti revertido, mantendo-se o nulo até ao derradeiro apito do árbitro Sérgio Guelho.
O jogo foi, antes de mais, disputado de forma aberta. Cónegos e algarvios predispuseram-se a lutar pelos três pontos, mas tendo a organização como uma das premissas da sua identidade. Essa organização fez-se acompanhar por doses muito calculadas de risco, o que limitou a ocorrência de lances ofensivos.
No balanço entre a robustez defensiva e a ousadia atacante, sobram alguns lances junto das áreas, muitas aproximações a zonas de finalização, mas poucos lances de efetivo perigo. Um cabeceamento aqui, uma bola parada ali, ou uma tentativa de meia distância iam animando o embate.
Ainda assim, o ímpeto não ia sendo suficiente para abanar as redes, levando os dois conjuntos para o intervalo com as balizas a zeros. O segundo tempo foi ainda menos intenso, menos fluido e menos dinâmico. Teve, ainda assim, mais momentos de destaque, com o VAR à mistura.
Com apenas seis minutos disputados os cónegos abanaram as redes. Asué cabeceou para golo, mas foi de imediato anulado por fora de jogo. Já na reta final do encontro Pedro Santos esteve na cara de Ricardo Velho: o guarda-redes opôs-se com uma mancha decisiva a evitar que o Moreirense se adiantasse no marcador.
Na sequência do lance foi assinalado castigo máximo por pretensa falta, um eventual empurrão de Paulo Victor no momento do remate. Alertado pelo VAR, o árbitro reverteu a decisão inicial. Alanzinho já estava na marca dos onze metros, mas não teve oportunidade para poder fazer a diferença.
Nulo amorfo entre Moreirense e Farense na jornada 18 da Liga, prolongando o jejum de triunfos do Moreirense. Já lá vão seis encontro sem vencer por parte dos cónegos. Na linha de água, após a eliminação da Taça de Portugal, o Farense averba o terceiro empate consecutivo no campeonato.
A FIGURA: Alanzinho
O médio do Moreirense foi um dos mais esclarecidos no terreno de jogo, tendo sempre como foco fazer a diferença a cada ação em que foi interveniente. Entre uma distribuição de jogo competente, o playmaker da equipa cónega tentou por mais do que uma vez visar a baliza adversária, ainda que sem o sucesso pretendido. Alanzinho destacou-se uma vez mais, mesmo num jogo amorfo.
O MOMENTO: golo anulado ao Moreirense (51’)
Cruzamento de Madson no lado direito do ataque do Moreirense, tenso, à entrada da pequena área Asué desvia de cabeça sem hipóteses para Ricardo Velho. Nem teve tempo para festejar, de imediato foi levantada a bandeira. Após longos dois minutos de espera, o VAR confirmou posição irregular; mais de um metro, segundo as linhas colocadas na Cidade do Futebol.
NEGATIVO: chuva não deu tréguas
Não foi propriamente um temporal, mas o jogo entre o Moreirense e o farense desenrolou-se debaixo de chuva persistente durante todo o jogo. Sem dar tréguas, ainda que o relvado se tenha mantido em excelentes condições, o jogo não deixou de se desenrolar num cenário desconfortável.
Fonte: Mais Futebol