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MRM Prevê Retoma De Leilões Até Fevereiro De 2026 Após Suspensão Motivada Por Garimpo Ilegal

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A Montepuez Ruby Mining (MRM), principal produtora de rubis de Moçambique, prevê retomar os leilões internacionais até Fevereiro de 2026, após a suspensão motivada pela intensificação da actividade de garimpo ilegal na área mineira de Montepuez, em Cabo Delgado.

O adiamento teve impacto directo nas metas de produção e na receita fiscal esperada para 2025, mas a empresa assegura que a situação “está minimamente controlada” e que o plano de expansão mantém-se inalterado.

 

Garimpo Ilegal Condiciona Actividades

Em entrevista ao Semanário Económico, Raimundo Pachinuapa, Director Corporativo da MRM, explicou que a acção dos garimpeiros ilegais levou à interrupção temporária das operações e da logística de exportação, afectando o calendário de leilões internacionais previsto para este ano.
“Temos estado a interagir com o Governo no sentido de minimizar os problemas e desafios enfrentados no projecto. A situação está minimamente controlada e acreditamos que, a breve trecho, voltaremos aos leilões”, afirmou.

A retoma está prevista para ocorrer entre o final de Janeiro e o início de Fevereiro de 2026, numa altura em que a empresa trabalha com as autoridades para reforçar a segurança e estabilizar a zona de exploração.

Impacto Nas Metas De Produção E Receita Fiscal

De acordo com Pachinuapa, a suspensão de um dos três leilões planeados para 2025 terá efeitos directos nas metas de produção e na contribuição fiscal.
“Todas as actividades são projectadas. Um leilão a menos faz, de alguma forma, um ‘check-in’ nas nossas operações”, afirmou o gestor.

Apesar do revés, a empresa mantém a confiança no futuro. “Continuamos a olhar para o futuro com esperança e confiança. Acreditamos que a estabilidade operacional permitirá à empresa trazer mais benefícios para Moçambique, através de receitas, emprego e desenvolvimento local”, acrescentou.

Resultados Recentes Mantêm MRM Entre Os Líderes Mundiais

Os dados mais recentes da Gemfields Group, parceira da MRM, mostram que o último leilão de rubis de qualidade mista, realizado entre 2 e 13 de Junho de 2025, gerou 31,7 milhões de dólares em receitas, com 87% dos lotes vendidos a um preço médio de 461,48 dólares por quilate.
Em Abril do mesmo ano, a empresa realizou um mini-leilão de rubis de menor porte que arrecadou 7,2 milhões de dólares, com média de 39,47 dólares por quilate.
No total, os dois leilões de 2025 renderam mais de 38 milhões de dólares, um resultado expressivo apesar das perturbações provocadas pelo garimpo ilegal.

Em 2024, as vendas totais haviam atingido 69,5 milhões de dólares, um aumento de 18% face ao ano anterior. Desde o início das operações, a MRM já ultrapassou 1,1 mil milhões de dólares em receitas globais de leilões, consolidando Moçambique como líder mundial na produção e exportação de rubis.

Investimento E Sustentabilidade Operacional

A empresa mantém planos de expansão e de investimento em infra-estruturas, incluindo a conclusão de uma nova planta de processamento de rubis, parte da estratégia para reforçar a rastreabilidade, transparência e valor acrescentado das pedras preciosas moçambicanas.

A MRM, uma joint venture entre a Gemfields (75%) e a Mwiriti Limitada (25%), continua a investir em projectos de responsabilidade social nas comunidades vizinhas, com destaque para as áreas de educação, saúde e infra-estruturas rurais.
“Estamos a trabalhar para garantir que os próximos leilões ocorram num ambiente estável e transparente. O nosso foco continua a ser o de transformar o potencial mineral de Moçambique em desenvolvimento real para os moçambicanos”, concluiu Pachinuapa.

MRM: Um Pilar Estratégico Da Indústria De Pedras Preciosas

Com operações em Montepuez, na província de Cabo Delgado, a MRM é considerada um dos principais pilares da indústria de pedras preciosas em África, gerando emprego, receitas fiscais e investimento social.
A retoma dos leilões prevista para o início de 2026 será um indicador-chave de estabilidade e confiança no sector mineiro moçambicano, num momento em que o país procura equilibrar o combate ao garimpo ilegal com a atracção de investimento responsável e sustentável.

Fonte: O Económico

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