Resumo
A captura de camarão-de-superfície no Banco de Sofala diminuiu drasticamente desde 2023, devido a fatores climáticos, práticas de pesca insustentáveis e degradação dos mangais, ameaçando o sustento das comunidades costeiras. O Governo implementou novas medidas para proteger e recuperar os recursos, incluindo ajustes na política de veda e defeso da pesca. A redução na captura média por hora, de 22 quilogramas em 2023 para 14 em 2025, tem impacto económico direto nas comunidades piscatórias e na indústria de exportação de camarão. Mudanças nas correntes oceânicas e no ciclo de reprodução das espécies têm sido atribuídas ao aquecimento das águas superficiais. O Governo planeia reforçar a fiscalização marítima, promover o reflorestamento de mangais e apoiar práticas sustentáveis nas cooperativas piscatórias para mitigar os efeitos negativos na pesca e no ambiente costeiro.
A captura de camarão-de-superfície no Banco de Sofala caiu drasticamente desde 2023, segundo dados divulgados pelo jornal Notícias. O declínio, que coloca em risco uma das principais fontes de rendimento das comunidades costeiras, é atribuído a factores climáticos, práticas de pesca insustentáveis e degradação dos mangais, levando o Governo a adoptar novas medidas de defesa e recuperação dos recursos.
De acordo com o Notícias, a captura média por hora desceu de 22 quilogramas em 2023 para 14 em 2025, o que representa uma perda significativa na produtividade pesqueira.
O porta-voz do Conselho dos Serviços de Representação do Estado (CSRE) em Sofala, Ângelo Dista, revelou que a redução resulta de “um conjunto de factores interligados, incluindo as mudanças climáticas, a subida da temperatura das águas e a destruição dos mangais”.
“As alterações climáticas e a pressão sobre os ecossistemas têm afectado o ciclo de reprodução do camarão e reduzido as capturas”, afirmou Dista ao Notícias.
O responsável explicou ainda que o Governo está a rever a política de veda e defeso, em articulação com o Instituto Oceanográfico de Moçambique, de forma a equilibrar preservação ambiental e sustentabilidade económica das comunidades piscatórias.
Segundo a fonte, o novo período de veda e defeso da pesca do camarão de superfície passará a decorrer em duas fases anuais, ajustadas às diferentes condições ecológicas do litoral moçambicano.
“A primeira fase vai de 1 de Outubro a 31 de Dezembro de 2025; a segunda, de 1 de Janeiro a 1 de Março de 2026, abrangendo o Norte e Centro do país, nomeadamente Beira, Búzi, Machanga e Govuro”, precisou.
Impacto Económico e Ambiental
O Notícias refere que a pesca do camarão é um dos principais produtos de exportação marítima de Moçambique, com forte peso na balança comercial e no emprego costeiro.
A redução das capturas afecta directamente as comunidades piscatórias, a receita das exportações e a cadeia logística e industrial associada ao processamento e exportação do produto.
O Instituto Oceanográfico de Moçambique confirmou que as mudanças nas correntes oceânicas e o aquecimento das águas superficiais alteraram o ciclo natural de reprodução das espécies.
“As condições agro-ecológicas e oceânicas de Sofala exigem medidas mais restritivas. Em certas zonas, a interdição deve começar mais cedo, devido às alterações do ciclo de desova”, indica o relatório técnico citado pelo Notícias.
Entre as acções anunciadas pelo Governo destacam-se o reforço da fiscalização marítima e o combate à pesca ilegal, a intensificação do reflorestamento de mangais acompanhada da criação de reservas marinhas temporárias, bem como o apoio técnico às cooperativas piscatórias para incentivar práticas sustentáveis. Paralelamente, está prevista a revisão gradual das frotas artesanais, substituindo as redes nocivas por artes de pesca selectivas, de forma a reduzir o impacto ambiental e garantir a renovação dos ecossistemas costeiros.
“O Governo está empenhado em criar mecanismos de produção de camarão em cativeiro e em repovoar as zonas degradadas. Queremos garantir que a sustentabilidade ambiental seja o pilar da economia pesqueira”, declarou Ângelo Dista, em declarações ao Notícias.
Corrida Contra o Tempo Para Salvar o Camarão e o Ecossistema de Sofala
A queda da captura de camarão em Sofala constitui um sinal de alerta ecológico e económico.
Ao introduzir novos períodos de defeso, reflorestamento costeiro e fiscalização reforçada, o Governo procura evitar o colapso de um dos mais importantes recursos pesqueiros do país.
A médio prazo, a recuperação dependerá da coordenação entre Estado, comunidades e instituições científicas, garantindo que a economia azul de Moçambique assente em sustentabilidade e resiliência ambiental.
“A sustentabilidade da pesca é o nosso maior recurso natural”, concluiu Ângelo Dista.
A captura de camarão-de-superfície no Banco de Sofala caiu drasticamente desde 2023, segundo dados divulgados pelo jornal Notícias. O declínio, que coloca em risco uma das principais fontes de rendimento das comunidades costeiras, é atribuído a factores climáticos, práticas de pesca insustentáveis e degradação dos mangais, levando o Governo a adoptar novas medidas de defesa e recuperação dos recursos.
De acordo com o Notícias, a captura média por hora desceu de 22 quilogramas em 2023 para 14 em 2025, o que representa uma perda significativa na produtividade pesqueira.
O porta-voz do Conselho dos Serviços de Representação do Estado (CSRE) em Sofala, Ângelo Dista, revelou que a redução resulta de “um conjunto de factores interligados, incluindo as mudanças climáticas, a subida da temperatura das águas e a destruição dos mangais”.
“As alterações climáticas e a pressão sobre os ecossistemas têm afectado o ciclo de reprodução do camarão e reduzido as capturas”, afirmou Dista ao Notícias.
O responsável explicou ainda que o Governo está a rever a política de veda e defeso, em articulação com o Instituto Oceanográfico de Moçambique, de forma a equilibrar preservação ambiental e sustentabilidade económica das comunidades piscatórias.
Segundo a fonte, o novo período de veda e defeso da pesca do camarão de superfície passará a decorrer em duas fases anuais, ajustadas às diferentes condições ecológicas do litoral moçambicano.
“A primeira fase vai de 1 de Outubro a 31 de Dezembro de 2025; a segunda, de 1 de Janeiro a 1 de Março de 2026, abrangendo o Norte e Centro do país, nomeadamente Beira, Búzi, Machanga e Govuro”, precisou.
O Notícias refere que a pesca do camarão é um dos principais produtos de exportação marítima de Moçambique, com forte peso na balança comercial e no emprego costeiro.
A redução da captura afecta directamente as comunidades piscatórias, a receita das exportações e a cadeia logística e industrial associada ao processamento e exportação do produto.
O Instituto Oceanográfico de Moçambique confirmou que as mudanças nas correntes oceânicas e o aquecimento das águas superficiais alteraram o ciclo natural de reprodução das espécies.
“As condições agro-ecológicas e oceânicas de Sofala exigem medidas mais restritivas. Em certas zonas, a interdição deve começar mais cedo, devido às alterações do ciclo de desova”, indica o relatório técnico citado pelo Notícias.
Entre as acções anunciadas pelo Governo destacam-se o reforço da fiscalização marítima e o combate à pesca ilegal, a intensificação do reflorestamento de mangais acompanhada da criação de reservas marinhas temporárias, bem como o apoio técnico às cooperativas piscatórias para incentivar práticas sustentáveis. Paralelamente, está prevista a revisão gradual das frotas artesanais, substituindo as redes nocivas por artes de pesca selectivas, de forma a reduzir o impacto ambiental e garantir a renovação dos ecossistemas costeiros.
“O Governo está empenhado em criar mecanismos de produção de camarão em cativeiro e em repovoar as zonas degradadas. Queremos garantir que a sustentabilidade ambiental seja o pilar da economia pesqueira”, declarou Ângelo Dista, em declarações ao Notícias.
A queda da captura de camarão em Sofala constitui um sinal de alerta ecológico e económico.
Ao introduzir novos períodos de defeso, reflorestamento costeiro e fiscalização reforçada, o Governo procura evitar o colapso de um dos mais importantes recursos pesqueiros do país.
A médio prazo, a recuperação dependerá da coordenação entre Estado, comunidades e instituições científicas, garantindo que a economia azul de Moçambique assente em sustentabilidade e resiliência ambiental.
“A sustentabilidade da pesca é o nosso maior recurso natural”, concluiu Ângelo Dista.
Fonte: O Económico