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Tuesday, October 28, 2025
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Mulweli Rebelo afasta-se da Frelimo 

Resumo

Mulweli Rebelo, filho de um dos fundadores da Frelimo, decidiu afastar-se do partido devido à desilusão com a forma como é gerido, expressando insatisfação com a falta de modernização, cultura ditatorial e má gestão de fundos. Em carta aos camaradas, Rebelo afirma que não se revê nas práticas do partido e que o país está a regredir. Destaca reuniões com atrasos e foco em cantigas em detrimento de resolver problemas reais. Compromete-se a dedicar-se a projetos de desenvolvimento para contribuir para o progresso de Moçambique. A atitude de Rebelo segue a linha crítica do seu pai, Jorge Rebelo, antigo secretário de informação da Frelimo, que há 15 anos já questionava a discussão sobre gerações sem resolver os problemas do povo.

Mulweli Rebelo, filho de um dos fundadores da Frelimo, decidiu afastar-se do partido por desilusão. Numa carta aos camaradas, Rebelo admite não se rever mais na forma como o partido trabalha e é gerido actualmente.

De novo, Mulweli Rebelo, filho de uma das principais reservas morais da Frelimo, Jorge Rebelo, decidiu deitar a toalha ao chão e dizer um basta ao partido que o viu nascer.

Em 2023, já havia mostrado a sua insatisfação ao afirmar que “a Frelimo tornou-se num partido ignorante e arrogante”, mas desta vez foi um pouco mais longe.

“Caros irmãos e irmãs, camaradas, depois de muita reflexão, decidi afastar-me das atividades políticas e partidárias da Frelimo. A minha motivação em militar sempre esteve ligada ao desejo de dar continuidade ao trabalho dos nossos pais, que acreditaram num país justo e progressista — mas, infelizmente, até eles, hoje, estão desiludidos com o rumo que Moçambique tomou”.

É assim que o camarada, ou melhor, ex-camarada escreve no início da sua carta. Explica que após viver de perto as eleições e o período pós-eleitoral, ficou desnorteado.

“Percebi o quanto não me revejo na forma como o partido trabalha e é gerido: estruturas antiquadas, pouca abertura para a modernização e uma cultura ditatorial, de manter o poder a todo custo. Continuamos a ver atropelos de gestão, mau uso de fundos e ausência de responsabilização, enquanto o país anda para trás”.

Faz referência às características das reuniões do partido nos últimos anos, que na sua percepção muitas vezes, começam com atrasos e são preenchidas de cantigas e danças que, embora sejam momentos bonitos de camaradagem, pouco contribuem para a produção de conteúdo útil que ajude a resolver os problemas reais do povo.

“Saio de cabeça erguida, com respeito e gratidão por todos os camaradas, mas com a convicção de que o futuro de Moçambique depende de novas ideias, ética e coragem para mudar. Continuarei a dedicar as minhas energias em projectos de desenvolvimento, com o compromisso de sempre: contribuir para o progresso do nosso Moçambique”, escreve no documento.

Termina a carta e assina o membro dissidente do partido no poder, Mulweli Rebelo, filho de um dos críticos da nova Frelimo. Na verdade, o pensamento de Mulweli não foge muito de como o pai pensa. Numa entrevista publicada há 15 anos, Jorge Rebelo, criticou a discussão sobre gerações, vigente na altura, por considerar que em nada vale discutir sobre gerações sem resolver problemas do povo.

Entre várias funções, Jorge Rebelo foi secretário de informação da Frelimo.

Fonte: O País

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