“As pessoas deitam lixo aqui a confiar na época chuvosa, muitas vezes. Nós, que vivemos perto daqui, sofremos. Nos tempos chuvosos, todo esse lixo, em vez de passar aqui dentro da vala, sai daqui e entra nos nossos quintais, entra nas nossas casas e nós acabamos por passar mal com o assunto dos mosquitos. Isso pode vir a provocar doenças como malária e cólera”, reclama um dos munícipes.
Como resposta, o presidente do Conselho Municipal de Nampula, Luís Giquira, disse que vai iniciar, neste sábado, uma campanha massiva para a remoção de resíduos sólidos e limpeza das valas de drenagem.
“Essa limpeza e saneamento vai servir exactamente para a retirada de todo o lixo que tenha obstruído a circulação da água uma vez que ao chegar a época chuvosa poderemos ter melhor circulação da água dentro da nossa urbe. Vamos, também, com esta campanha, fazer uma prevenção, sensibilização a todos os munícipes para ver se conseguimos evitar a cólera na nossa cidade”, disse Luís Giquira.
O edil realçou ainda que faltam dois meses para começar a época chuvosa, por isso “nós estamos, a partir de já, a nos preparar para ver se conseguimos minimizar os danos que podem vir das chuvas deste ano”.
A iniciativa, denominada Orera Wamphula, conta com o reforço de meios circulantes que custaram cerca de dez milhões de meticais aos cofres da edilidade.
O edil de Nampula reconhece por outro lado que continua um grande desafio fazer a gestão do lixo nos mercados, sobretudo, no mercado grossista Waresta, o maior da Zona Norte do país.
“Nós estamos a apoiar no investimento, mais ou menos, na ordem de 10 milhões de meticais, para que sejam destes meios que hoje estamos aqui a fazer presentes aos munícipes para podermos iniciar a nossa campanha. Em princípio, até Março do próximo ano vamos estar no terreno, em todos os Postos Administrativos e vamos fazer a nossa campanha de saneamento. Eu quero dizer ainda que estamos a receber mais meios, e estamos à procura de fundos para adquirir mais três caminhões de recolha do lixo”, frisou.
As autoridades municipais reconhecem ainda que a exiguidade de fundos está por trás da deficiente recolha e tratamento de resíduos sólidos.
Fonte: O País