Nacional e Estoril empataram a duas bolas na Madeira, num jogo em que nenhuma das equipas terá ficado inteiramente satisfeita, já que os madeirenses deixaram fugir a vantagem nos últimos minutos, enquanto os canarinhos viram cair por terra a série de cinco vitórias consecutivas na Liga.
Esperava-se um Nacional assertivo e mandão a jogar em casa, mas entrou melhor o Estoril, que ameaçou logo aos quatro minutos e chegou ao golo no minuto seguinte. Um lance em que Zé Vítor ficou mal na fotografia, perdendo a bola para João Carvalho, que de seguida a endossou para André Lacximicant atirar para o fundo da baliza.
Os estorilistas podiam ter aumentado a vantagem pouco depois, aproveitando um estranho desnorte da equipa da casa. Com efeito, o Nacional entrou amorfo, denunciou o golo sofrido cedo e parecia pouco capaz de inverter a tendência dos primeiros minutos.
A equipa de Tiago Margarido encontrava muitas dificuldades para responder ao jogo do Estoril, mas a persistência acabou por dar frutos. Depois de muitas tentativas frustradas, ora por culpa do desacerto ofensivo alvinegro, ora por mérito da coesão defensiva canarinha, a equipa da casa conseguiu chegar ao empate ainda antes do intervalo.
Já nos descontos, Holsgrove atropelou Luís Esteves na grande área, abrindo caminho para que Dudu restabelecesse a igualdade, na conversão de um penálti que não deixou dúvidas. Consumado estava o 1-1, resultado que era merecido mais pela insistência e vontade do que propriamente pelo futebol praticado pela formação madeirense.
Após o intervalo, o filme do encontro alterou-se sobremaneira. O Nacional, que tantas dificuldades evidenciara no primeiro tempo, entrou para os segundos 45 minutos transfigurado e de cara lavada. Tanto assim foi que, nos primeiros 10 minutos, praticamente só deu para a equipa alvinegra, que deu a volta ao marcador numa jogada bem concluída por Daniel Penha, assistido por Luís Esteves.
Pouco o fazia prever para quem vira a primeira parte, mas à medida que o jogo entrava na marca dos 60 minutos, era o Nacional que estava mais perto do terceiro golo do que o Estoril da igualdade.
Só depois desse momento, e já com algumas alterações no xadrez de cada uma das formações, é que a equipa da Linha voltou a aproximar-se da grande área dos madeirenses, embora sem efeitos práticos. Apesar do aumento da pressão sobre o último reduto do Nacional, a formação insular foi gerindo o ritmo do jogo como mais lhe convinha.
No entanto, a equipa de Tiago Margarido tanto recuou que acabou por ir buscar a bola novamente ao fundo das suas redes. Já nos descontos, Bacher saltou mais alto, na conversão de um pontapé de canto, e deu a igualdade aos canarinhos, resultado que deixou um amargo de boca em ambos os lados.
A FIGURA: Luís Esteves
O médio do Nacional voltou a estar em plano de evidência. Mesmo num jogo em que a equipa alvinegra demorou a arrancar, Luís Esteves foi sempre o motor ofensivo da sua equipa e esteve ligado aos dois golos dos madeirenses. Depois de ganhar o penálti que deu o empate, foi dos seus pés que saiu a assistência para o golo de Daniel Penha, que dava a volta ao resultado aos 53 minutos.
MOMENTO: Empate a fechar o jogo, 90+4m
Quase parecia um momento de déjà-vu. Quem se lembrar do filme da primeira parte, certamente não ficará indiferente à ironia com que o Estoril chegou ao empate já nos instantes finais, num momento que, de certa forma, replicou o golo do Nacional a fechar o primeiro tempo. Desta feita, e quando eram os canarinhos a correr atrás do prejuízo, Felix Bacher saltou mais alto para responder ao pontapé de canto cobrado por Jordan Holsgrove. Um balde de água gelada na Choupana.
POSITIVO: Jogo entretido e bom de acompanhar
Acabou por ser um jogo com bons momentos de futebol. Sem ser perfeito ou exuberante, foi um jogo que certamente deixou entretidos os adeptos, que passaram por um carrossel de emoções. Houve golos nos descontos, empates, reviravoltas e momentos que ficaram na retina. Pena o recurso demasiado evidente às perdas de tempo de ambos os lados.
Fonte: Mais Futebol