No Ceará, Banco Mundial apoia capacitação para setor de energias renováveis

0
39
Usina de Energia Eólica em Icaraí, no Ceará, Brasil

Um projeto do Banco Mundial no Ceará vem apoiando políticas públicas de formação de profissionais para trabalhar no setor de energias renováveis.

Com os recursos e o conhecimento trazidos por um Financiamento para Desenvolvimento de Políticas, DPF, em inglês, o estado definiu metas de expansão para o ensino técnico na área. A iniciativa passou de uma escola, em 2022, para sete em todo o estado. A primeira turma se formou em dezembro de 2024.

Aprendiz contratado

Os 41 formados pela Escola Estadual de Educação Profissional Walter Ramos de Araújo, em São Gonçalo do Amarante, fizeram 300 horas de estágio em empresas locais.

Alguns, como Saulo de Brito, 17 anos, foram contratados antes mesmo de chegar à maioridade.

Hoje, ele é aprendiz de auxiliar técnico na Comsert Engenharia, que executa projetos de usinas fotovoltaicas, entre outros. “A área de engenharia é muito boa, está crescendo cada vez mais e só tende a melhorar, especialmente a parte de energia renovável”, comemora.

Acesso à renda

A engenheira e professora Maise Soares foi fundamental na formação de Saulo e outros alunos. Ao mesmo tempo em que vivia os desafios da estruturação de um novo curso, ela ajudava a buscar o apoio das empresas locais para que contratassem os estudantes.

Durante as aulas, ela também enfatizava a importância de considerar os aspectos sociais e ambientais da implementação de cada projeto de energia. “A gente precisa pensar nas pessoas que são impactadas por esses projetos e querem ter acesso a renda e ao mercado de trabalho”, defende.

Muitas frentes de conhecimento

O curso não formou apenas técnicos para atuar na parte operacional dos parques eólicos, fotovoltaicos ou nos projetos de hidrogênio verde: também capacitou profissionais aptos a manter as empresas do setor produtivas e financeiramente saudáveis.

Um exemplo é a trajetória de Ariani Soares, 19 anos, contratada pela Megawind em dezembro. Ariani começará a faculdade de Ciências Econômicas no segundo semestre e tem o objetivo de estabelecer uma carreira que una as duas frentes de conhecimento. “A dica que eu dou é: estude, se capacite e se informe, porque este setor é bastante amplo e sempre tem um espacinho para agradar a todos”, diz.

Líder mundial em hidrogênio verde

Além de ter um enorme potencial eólico e solar, o Ceará está se posicionando para se tornar um líder mundial em hidrogênio verde, aproveitando sua localização e a importância do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).

Em 2023, o setor energético cearense respondeu por 26,1% das emissões de gases de efeito estufa do estado, percentual pouco menor que a média nacional (27,7%), segundo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG). Em 2021, eram 42%, ante os 18% da média nacional.

*Por Mariana Ceratti, correspondente da ONU News no Banco Mundial Brasil

Fonte: ONU