Os CEOs da Nvidia e da OpenAI reagiram esta semana à decisão da administração Trump de aumentar para 100 mil dólares a taxa de emissão de vistos H-1B, utilizados por trabalhadores estrangeiros altamente qualificados. Enquanto empresas de tecnologia exprimem preocupação, Jensen Huang e Sam Altman destacaram a importância da imigração para a inovação e ligaram a discussão ao novo mega-investimento de 100 mil milhões USD da Nvidia na OpenAI.
O anúncio da Casa Branca, feito na passada sexta-feira, exige que empregadores apresentem prova de pagamento da nova taxa antes de submeterem pedidos de H-1B, restringindo ainda a mobilidade laboral por um período de 12 meses. A medida representa uma transformação radical no acesso ao visto, amplamente utilizado pelas gigantes da tecnologia para contratar especialistas estrangeiros em áreas como inteligência artificial, ciência de dados e engenharia avançada.
Em entrevista à CNBC, Jensen Huang, CEO da Nvidia, afirmou que a imigração é a base do “sonho americano”, acrescentando que “as mentes mais brilhantes devem poder vir para os EUA, porque são fundamentais para a inovação das nossas empresas e para o futuro da nação”.
Sam Altman, CEO da OpenAI, partilhou uma visão positiva, sublinhando que “streamlining do processo e o estabelecimento de incentivos financeiros parecem ser medidas boas”, destacando a necessidade de os EUA captarem os melhores talentos do mundo para se manterem competitivos na corrida tecnológica global.
A nova taxa surge no mesmo momento em que Nvidia anunciou um investimento de 100 mil milhões USD na OpenAI, destinado à construção de centenas de milhares de milhões de dólares em centros de dados, todos baseados nos processadores da Nvidia. Esta operação reforça a interdependência entre as duas empresas e sublinha a importância estratégica de garantir mão-de-obra altamente especializada para concretizar os planos de expansão.
Analistas alertam que, apesar de ser apresentada como incentivo, a taxa de 100 mil dólares poderá representar uma barreira significativa, sobretudo para startups e empresas de menor dimensão, podendo acentuar a concentração de talento apenas nas grandes tecnológicas.
Ainda assim, tanto Huang como Altman reforçam que os EUA continuam a ter de atrair os melhores cérebros do mundo e que a imigração qualificada é um pilar não só do desenvolvimento empresarial, mas também do próprio crescimento económico.
Fonte: O Económico
